Os 86 anos de João Mourato não o impediram de participar em mais um concerto da banda, no feriado de 1 de Dezembro, que assinalou o 148º aniversário da Sociedade Euterpe Alhandrense (ver reportagem na página 33). Foi um dia especial porque também soprou 69 velas pela permanência na banda da colectividade. Ninguém bate João Mourato na antiguidade do grupo. “Passei os primeiros dois anos a aprender solfejo com os amadores que ensinavam os aprendizes. Só depois é que ingressei na Banda Filarmónica”, conta o músico que sempre se manteve fiel ao clarinete e à sua terra, Alhandra. Há 24 anos que se reformou da profissão de torneiro mecânico. “A Euterpe é a minha segunda casa, a minha segunda família. Esteja sol ou chuva, frio ou vento, todas as semanas estou aqui para o ensaio”, revela. De tempos idos recorda-se das saídas mais frequentes da banda para concertos em outros pontos do país e da juventude que vivia mais as colectividades. “Hoje os jovens têm outras distracções e os estudos também não deixam muito tempo livre. Mesmo assim temos malta nova que vai entrando com regularidade para a banda”. Para o jovem músico no coração, pertencer à banda é um orgulho. Ninguém duvida das palavras de João Mourato.