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S. Silvestre de Torres Novas perdeu qualidade e quantidade de atletas

Má organização penalizou uma das mais conceituadas provas de S. Silvestre do país

A tradicional corrida de S. Silvestre de Torres Novas foi, até domingo, dia 19 de Dezembro, uma das mais conceituadas provas do género que se realizam um pouco por todo o país nesta altura do ano. Foi mas já não é. Não é porque a organização resolveu, este ano, eliminar os prémios monetários e obrigar quem quisesse vir correr a Torres Novas a pagar quatro euros.

Para além disso, a organização a cargo do Gabinete de Desporto da Câmara Municipal de Torres Novas, meteu os pés pelas mãos no anúncio da hora de início da prova, passando-o para as 9h30 da manhã. Quando é tradicional a prova ser uma prova nocturna. Numa primeira apresentação dizia que o início da prova seria às 10h30.Foi triste de ver alguns atletas chegarem a Torres Novas já com a prova a decorrer, e a lamentarem as mudanças feitas. “Onde já se viu fazer uma prova de S. Silvestre a esta hora da manhã, é mesmo para acabarem com ela”, dizia desalentado José Pereira, um atleta veterano que tinha vindo de Pombal.Também o público torrejano que normalmente seguia esta prova com intensidade, esteve arredio, para além dos acompanhantes dos atletas quase que se contavam pelos dedos das duas mãos os espectadores postados ao longo do percurso. “É uma tristeza”, frisava Raul Santos, um dos homens que nos anos anteriores dinamizou a prova, e era confrontado por muitos atletas com as mudanças efectuadas. “Eu não tenho nada com isto, nem sequer fui convidado ou ouvido para isto, sinto-me triste por ver uma prova de qualidade ser transformada quase em nada”, referiu.Efectivamente, dos milhares de atletas que normalmente rumavam a Torres Novas, estiveram presentes apenas duas centenas, e dos nomes sonantes do atletismo nacional apenas se destacavam o vencedor, João Vieira, do Grupo Desportivo da Reboleira e Hamid HaKim, que está a correr como individual. Marco Francisco, também individual completou o pódio masculino.Em femininos, o deserto foi ainda maior, muito poucas mulheres inscritas, e nomes sonantes zero. Disso se aproveitou Patrícia Ferreira do Zona Alta, para vencer. Carina Matias, do C.A. da Barreira foi segunda e a sua companheira de equipa, Telma Grácio completou o pódio.No final da prova, João Vieira comentava que tinha vindo a Torres Novas correr porque é a sua terra. “Não podia deixar de vir. Mas é uma tristeza ver tão poucos atletas em prova. Os pequenos prémios monetários são importantes para os atletas, os clubes pagam pouco e nós temos muitas despesas, o dinheirito que ganhamos nestas provas são importantes para nós. Compreendo por isso que a presença de atletas de categoria nacional tenha sido quase nula”.Patrícia Ferreira afinava pela mesma razão. “Venci porque estou a trabalhar bem e porque a concorrência era fraca. A prova deste ano foi uma desilusão, a retirada de prémios monetários e a mudança de horário foi uma decisão má para o prestígio da prova”.

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