“Camponeses” de Riachos a cantar e dançar há 53 anos
Joaquim Santana, 76 anos, dirige e ensaia há 53 anos o Rancho Folclórico “Os Camponeses” de Riachos, Torres Novas. Tudo começou com uma brincadeira de Carnaval, em 1958. O grupo desejou então continuar, recolhendo informação etnográfica junto das pessoas mais velhas da terra. Joaquim Santana tornou-se presidente e ensaiador da associação, cargo que foi mantendo ao longo de toda a sua existência.“Quando começou era totalmente diferente. As pessoas começaram a pedir mais folclore, mais dança. Eu não tinha experiência mas fui adquirindo-a e o grupo foi aceitando o que eu sugeria”, conta. Com as pessoas mais velhas de Riachos foram descobrindo os temas, as músicas, as roupas que se usavam noutra época. “Eles falavam da sua mocidade, dos bailes do seu tempo, do que vestiam. Tudo isso nos serviu”.No início eram apenas 20 elementos. Ao longo das últimas cinco décadas o grupo foi evoluindo, passou por várias fases, chegou aos 100 elementos, mas hoje mantém-se nos 30. “Há interesse no rancho, mas hoje há muitas mais alternativas que atraem os jovens e isso pode causar um grande impacto no rancho”.A pessoa mais nova tem 13 anos, a mais velha 86 anos e toca clarinete. “Temos que gostar muito da associação e do trabalho ao longo dos anos”, refere Joaquim Santana. Até porque os idosos da terra vão morrendo e cada vez há menos pessoas a recordar os episódios do antigamente, que iam alimentando o trabalho dos “Camponeses”.No sábado, 29 de Janeiro, a colectividade celebrou 53 anos e Joaquim Santana não pensa em desistir, apesar das dificuldades. “Talvez este seja o tempo mais difícil, devido à crise que afecta o país e daí as associações. É muito complicado manter uma associação nos tempos que correm”, sublinha. Cláudia Gameiro
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