Pintar um gato amarelo e um regador num cinzento dia de chuva
Vitalina Lopes está a pintar um gato amarelo. É uma homenagem a um pequeno felino da mesma cor que resgatou do lixo há alguns anos. Foi a sua companhia durante treze anos. Maria José Rosado ocupa-se da reprodução de uma “Hello Kitty” para oferecer depois à neta. “Estou farta deste tempo de chuva e resolvi pintar um regador porque me lembra a primavera”, conta Maria Jacinta. Estes são apenas alguns dos azulejos que a turma do curso “O Azulejo Neoclássico – Iniciação à Pintura em Azulejo” realizou no Núcleo Museológico de Alverca do Ribatejo, concelho de Vila Franca de Xira. O ambiente é de festa, as conversas atropelam-se, mas todas mantêm a concentração para executar o trabalho com perfeição. Durante quatro sessões, onze pessoas aprenderam a história do azulejo, a forma como se passa o desenho para o azulejo e algumas técnicas de pintura. Numa das primeiras sessões pintaram uma flor igual à do painel de azulejos do século XVIII recuperado de uma casa de Alverca que está presente no museu. Na última sessão cada uma escolheu o desenho e as cores. Todos os azulejos vão agora ao forno, que está no museu, cozer durante três dias a uma temperatura de 1100 graus, de onde vão já sair com o aspecto vidrado. A julgar pelo entusiasmo das participantes a pintura em azulejo ganhou novas adeptas. “É uma excelente maneira de ocupar o tempo, de conhecer e conviver com outras pessoas e de aprender algo de novo”, conclui Maria José Rosado.Eduarda Sousa
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