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Carlos Catalão

Carlos Catalão

Chefe de gabinete da Governadora Civil de Santarém

O chefe de gabinete da Governadora Civil de Santarém, Carlos Catalão, 49 anos, levanta-se todos os dias às 06h45 da manhã para fazer exercício na passadeira que tem lá em casa. É casado e pai de três filhos. Deixou em 2005 a actividade de técnico oficial de contas para aceitar o desafio de ajudar a resolver os problemas dos outros.

Tive uma infância normal. O meu pai era pedreiro. A minha mãe foi durante grande parte da vida doméstica. Era o pilar da família. Quando os dois filhos se emanciparam passou a trabalhar para outras pessoas. Tenho um grande orgulho nos pais que felizmente ainda tenho. Deram-me, dentro daquilo que eram as suas possibilidades, a melhor educação do mundo.Sou casado e tenho três filhos. Dois já são maiores e não estão em casa. O mais novo tem 13 anos. Dou o apoio possível, mas é a minha esposa que tem a sobrecarga de trabalho com a componente familiar. Não tenho problemas em agarrar num aspirador, mas actualmente as minhas limpezas cingem-se à garagem.Levanto-me todos os dias às 06h45 para fazer exercício. Tinha aquela passadeira há alguns anos. Olhava para ela e ela olhava para mim. Não havia grande empatia. A partir de 16 de Outubro de 2010 tive que interiorizar novos hábitos. Umas análises indicaram que estava pronto para ir para o cemitério mais próximo. Como o actual já estava lotado e como não há outro perspectivado em Santarém - apesar das promessas de Moita Flores - achei que não deveria contribuir para o problema.Sou um excelente cozinheiro. Gosto muito de cozinhar, mas também de comer. A minha sogra teve um restaurante e tínhamos uma disputa engraçada à volta de quem fazia o melhor arroz de peixe. Tenho uma grande variedade de pratos que gosto de cozinhar, desde os estufados aos grelhados. O pequeno-almoço é um momento de culinária. Gosto de fazer algumas variações. Queijo fresco, fiambre, ovos mexidos. Às vezes adiciono umas nozes e uns figos. É um momento de prazer. Estou a ler um livro sobre a felicidade. Foi-me oferecido no Natal por uma pessoa que muito prezo. Conta a história de uma avó e um neto que procuram aquilo que se calhar todos nós procuramos: a felicidade. Muitas vezes não a encontramos, mas ela até pode estar muito próxima. Independentemente de termos os nossos problemas devemos aproveitar cada minuto da nossa vida. Entro no Governo Civil às 09h00 e saio às 20h00. Vivo intensamente este trabalho. É um privilégio poder ajudar a resolver os problemas das pessoas. É um cargo transitório, mas enquanto cá estiver darei o melhor. É aquilo que todos nós enquanto políticos deveríamos fazer. Concentrarmo-nos. Não compreendo muitos políticos da nossa praça que conseguem exercer paralelamente cargos de deputados, professores e advogados. Provavelmente nem serão bons profissionais enquanto políticos nem bons profissionais de outras áreas.Sou técnico oficial de contas. Interrompi durante algum tempo a minha actividade profissional para exercer as funções que desempenho. Desde os 18 anos que participo activamente na sociedade ao nível das juntas de freguesia, assembleias municipais e associações. Acho que todos deveríamos ter esta visão. É fácil criticar as opções dos outros. Difícil é colocar a nossa própria experiência ao dispor. Trabalho desde os 18 anos. Comecei num pequeno escritório de electricidade, junto aos serviços municipalizados, na empresa Santos e Machado. A certa altura resolvi abrir um gabinete de contabilidade e passei a trabalhar como pequeno empresário. Foi em 1989. A empresa está sedeada em Santarém, mas está actualmente entregue à minha esposa que é a minha sócia. Quando acabar o meu trabalho no Governo Civil regressarei. Obviamente terei que frequentar um curso intensivo na área da contabilidade porque todos os anos há alterações e estou completamente desligado. Já antes vestia fato e gravata. Faz parte da minha personalidade. Obviamente que ao sábado e ao domingo – e não são muitos os fins de semana disponíveis – também gosto de usar uns ténis e calças de ganga e passar despercebido entre a multidão. Nas férias aproveito para sair. Nos últimos anos tenho ido até Quarteira, no Algarve, com a família. Encontro muitas pessoas conhecidas de um ano para o outro. Há dias o nosso filho mais novo ficou com a avó e consegui fazer uma escapadinha com a minha esposa. Vi um Algarve diferente que ainda preserva os seus cantinhos. Faz aos outros o que gostarias que te fizessem a ti. Esta é minha máxima. É preciso dar para receber. E o retorno pode não ser material. No Governo Civil fazemos trabalho ao nível da prevenção rodoviária. Há crianças que ao subirem para uma mota da polícia esboçam um sorriso de felicidade. Essa pode ser uma grande dádiva que podem ter para comigo.Ana Santiago
Carlos Catalão

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