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Associações de Minde fundem-se para construir “Fábrica de Cultura”

Projecto está orçado entre 8 a 10 milhões de euros podendo vir a ser comparticipado por fundos comunitários

Colectividades não dispõem da verba necessária para garantirem a sua parte, pelo que procuram apoio financeiro. Câmara de Alcanena diz que apoia o projecto mas considera que “com números mais comedidos esta seria uma obra mais fácil de sustentar”.

Um grupo de associações de Minde, concelho de Alcanena, decidiu juntar-se para levar por diante um projecto que se intitula “Fábrica de Cultura”. Assenta na recuperação de uma antiga unidade fabril da vila que vai dar lugar a residências artísticas entre outras ideias, pretendendo vir a ser “um marco cultural” não só na região como também no país. Para tal já constituíram a Associação Minde Cultural (AMC), uma entidade sem fins lucrativos que congrega a Associação Materiais Diversos, a Casa do Povo de Minde, o Centro de Artes e Ofícios Roque Gameiro (CAORG), o Centro Interdisciplinar de Documentação Linguística e Social e a Sociedade Musical Mindense. O orçamento da Fábrica de Cultura está avaliado entre 8 a 10 milhões de euros, estando em preparação uma candidatura ao Quadro de Referência Estratégica Nacional (QREN) - que deve ser formalizada até Abril – e que pode comparticipar a obra até 70 por cento. Mesmo assim, as associações não conseguem garantir a verba restante pelo que contam não só com o apoio da Câmara Municipal de Alcanena como também de empresas e instituições, no âmbito de parcerias ou até mesmo de mecenato.“Mais do que um condomínio das várias associações que partilham um espaço comum, queremos que a Fábrica de Cultura tenha vida própria e desenvolva, por exemplo, uma série de ateliês de artes plásticas”, vincaram numa reunião que se realizou no CAORG. O objectivo passa por reabilitar uma antiga tinturaria devoluta que passará a ser a “casa” destas cinco associações e um espaço de partilha que terá uma convergência de actividades culturais. O projecto contempla a construção de uma sala de reuniões, salas de aula, anfiteatro, salas polivalentes, restaurante e cafetaria, um museu sobre o Minderico (calão local), residências de artistas e um centro de recursos. Outra ideia passa por colocar à disposição do público todo o espólio das diferentes associações como é o caso de livros, vídeos, música, partituras ou outros documentos de relevo, constituindo-se uma biblioteca técnica dedicada à linguística documentacional e tipológica, que se pensa ser única no país. “Este é um espaço inédito a nível nacional. Não pretendemos que seja de nível concelhio até porque estamos a uma hora do aeroporto de Lisboa e a poucos minutos da A23 que dá acesso a Espanha. É fácil trazer gente de fora até Minde”, referiram. Para cativar a adesão do público, a AMC pretende dinamizar, a um ritmo diário, ensaios de teatro, música e artes performativas. “Podemos proporcionar este tipo de experiências culturais a quem o deseja”, reforçam, acrescentando que, a nível internacional, existe muita procura deste tipo de espaço. O facto da “Fábrica de Cultura” se vir a localizar junto do Parque Natural de Serra D’Aire e Candeeiros também é uma vantagem para os dinamizadores do projecto uma vez que a paisagem é inspiradora. O propósito contempla ainda a reabilitação do Cine-Teatro Rogério Venâncio, em Minde, bem como a galeria de exposições temporárias e o ateliê de tecelagem do CAORG. A presidente da Câmara de Alcanena, Fernanda Asseiceira (PS), disse a O MIRANTE que tem vindo a reunir com as associações de Minde em diversas ocasiões e que a autarquia apoia, desde o início, este projecto, embora considere que o mesmo tem que ser feito à medida dos recursos. “É um projecto que se insere no âmbito da regeneração urbana e demasiado importante para ser levado sem rigor. As contas devem ser bem feitas. Temos que tentar fazer uma casa à medida das nossas necessidades, de modo a não inflacionar os custos”, referiu a autarca, considerando que é possível, por exemplo, reduzir os gastos com as obras.A cultura como alavanca para o desenvolvimento de MindeAs colectividades são unânimes ao acreditar que este projecto pode vir a contribuir para o desenvolvimento económico do concelho, uma vez que vai dinamizar a vertente do turismo cultural. “Este projecto é possível e a cultura é, sem dúvida, a alavanca para a dinamização de Minde”, sublinham. Como tal, têm-se reunido com a presidente da Câmara de Alcanena, Fernanda Asseiceira (PS), que tem acompanhado o projecto desde o início, disponibilizando os técnicos da autarquia para ajudar no que for necessário. “O projecto está ainda numa fase embrionária e vamos reunir em breve para colocarmos a senhora presidente a par do que se segue”, referem. A candidatura está preparada e, neste momento, a AMC está empenhada em encontrar um “mecenas” para assegurar o financiamento que falta, que calcula ser de três milhões de euros, contando ainda com o estabelecimento de parcerias e com o apoio da autarquia para levar o projecto avante, considerando que o mesmo “vai revolucionar a cultura não só na região como no país”.

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