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“Não há concelhos subdesenvolvidos, há concelhos sem projectos”

Presidente da Nersant, José Eduardo Carvalho, recebeu prémio Personalidade do Ano

O presidente da Nersant, José Eduardo Carvalho, recebeu o prémio de Personalidade do Ano na Chamusca e referiu-se ao concelho como exemplo de dinamismo. José Sousa Gomes, prémio Vida, confessou que chegou a sonhar ser médico para ajudar os outros mas acabou por cumprir essa missão à frente da Câmara de Almeirim. Maria do Céu Albuquerque, a mulher que lidera a Câmara de Abrantes, distinguida na área da Política (feminino), evocou madre Teresa de Calcutá para lembrar que o contributo de cada um é uma gota insubstituível no oceano. E soltou-se poesia do discurso improvisado na guitarra de Custódio Castelo, prémio Cultura (masculino), na festa que premiou o mérito.

“Não há regiões nem concelhos subdesenvolvidos. Há regiões e concelhos sem projectos e sem protagonistas”. As palavras são do presidente da Associação Empresarial da Região de Santarém - Nersant, José Eduardo Carvalho, que recebeu na noite de quinta-feira, 17 de Fevereiro, o prémio de Personalidade do Ano 2010, uma iniciativa de O MIRANTE. A cerimónia decorreu com sala cheia no Cine-Teatro da Chamusca, concelho que o dirigente destacou pelo dinamismo. José Eduardo Carvalho, que apesar da crise conseguiu manter a vitalidade da associação que dirigiu nos últimos 15 anos, partilhou a distinção com o presidente da Câmara Municipal da Chamusca e com outros autarcas que “compreenderam a centralidade das empresas no desenvolvimento das regiões”. A Chamusca foi apontada como exemplo de um concelho que soube aproveitar a oportunidade da indústria dos resíduos, criou emprego e estimulou a economia local. “Há oito anos viajei com Sérgio Carrinho [presidente da câmara] para ver uma central de combustagem. A Chamusca era considerada na altura uma terra de calhaus e sobreiros. Hoje o concelho tem mais de 300 postos de trabalho à volta desta indústria”, exaltou. No discurso José Eduardo Carvalho agradeceu ainda à equipa coesa de pessoas “inteligentes e sem vícios” com quem trabalha há mais de uma década na Nersant e que soube perceber que trabalha para “1400 clientes e não para 1400 associados”.O presidente da Câmara Municipal de Almeirim, José Sousa Gomes, que foi professor e esteve ligado ao associativismo, distinguido com o prémio Vida, confidenciou que chegou a pensar ser médico para ajudar pessoas em momentos de aflição. “Fui presidente de câmara e ser presidente de câmara é ser-se um pouco de tudo e também de médico na terapia que se presta quando se atende os munícipes e se procura resolver os problemas. Este serviço é de utilidade extrema e torna a vida de autarca apaixonante”, confessou. Agradeceu ainda a todos os que lhe são próximos quer na câmara quer em organismos como a Comunidade Intermunicipal da Lezíria do Tejo e a Águas do Ribatejo. Já a presidente da Câmara Municipal de Abrantes, Maria do Céu Albuquerque, distinguida na área da política (feminino), manifestou vontade de entregar o prémio às duas filhas, pedindo-lhes que sejam portadoras de uma mensagem para os jovens. “Podemos fazer pouco e isso pode ser até uma gota de água no oceano mas, como dizia Madre Teresa de Calcutá, sem essa gota o oceano seria muito mais pequeno”. Pelo prémio agradeceu a O MIRANTE que exerce “política de proximidade” ao divulgar aquilo que muitas vezes a comunicação nacional esquece. “Não saio daqui mais vaidosa mas mais responsabilizada por aquele que é o desafio de servir os cidadãos”, referiu antes de dedicar o prémio aos homens e mulheres que lutam todos os dias por fazer o mundo mais igual, mas essencialmente “a todas as mulheres que por este mundo fora ainda têm os seus direitos velados e são mutiladas todos os dias”. A ARTE NA TELA, NA ARENA E NO PALCOA pintora e poetisa Maria Lucília Moita, residente em Abrantes, premiada na área da cultura (feminino), 82 anos, recordou durante os agradecimentos alguns dos momentos do seu percurso artístico. “Uma vez estava a pintar no Alentejo e uma mulher do campo disse: ‘é uma vida’. Achei um espanto porque a pintura para mim nunca foi um hobbie”. Maria Lucília Moita, considerada um dos grandes nomes da pintura naturalista portuguesa e sucessora espiritual de Silva Porto e Henrique Pousão, contou que desde cedo começou a mostrar os seus dotes para a pintura e logo na terceira classe fez um retrato que encantou uma professora. Foi em Lisboa, na casa de António Anastácio Gonçalves, que começou a dar os primeiros passos a sério na pintura. E da arte na tela passou-se à arena. Um dos maiores matadores de toiros de sempre, Victor Mendes, que está desde o início de 2010 à frente da direcção técnica e artística da Escola de Toureio José Falcão, em Vila Franca de Xira, recebeu o prémio na área da tauromaquia com orgulho mas também com a responsabilidade de ajudar a formar futuros profissionais. “A nossa juventude é deficitária de referências e é uma honra assumir um projecto de salvaguarda dessa referência cultural que é a festa dos toiros na cidade conhecida como a Sevilha portuguesa”, referiu o toureiro que na escola revive os momentos de uma carreira que o fez tornar-se emigrante. “No meu país não me era permitido ser - na verdadeira acepção da palavra - matador de toiros. Emigrei numa fase conturbada, quer política quer socialmente, para a pátria do toureio, Espanha, para efectivar um sonho. Foi verdadeiramente difícil mas o objectivo foi conseguido”, disse o matador que agradeceu “para sempre” a O MIRANTE o prémio.O mestre da guitarra portuguesa, Custódio Castelo, premiado na área da cultura (masculino) agradeceu igualmente a distinção partilhando-a com as pessoas, os instrumentos e todas as músicas que fazem parte da sua vida. “Quando se constrói algo, quando nos dedicamos à arte com profundo amor, como é o meu caso, não construímos esse percurso a sós”. Para a sala que conhece acusticamente preparou um discurso de dois minutos para assinalar um dos momentos mais bonitos da sua vida. “Vou tocar para vocês aquilo que sinto”, avisou. Com a guitarra silenciou o público. E ouviu-se poesia. O homem discreto e voluntarioso que é uma máquina em marchaO presidente da Junta de Freguesia de Azinhaga (Golegã), Vítor Guia, recebeu o prémio na área da política (masculino) com a simplicidade do rapaz mais pobre da aldeia que se tornou autarca e conseguiu trazer de volta à terra o filho mais ilustre, José Saramago. “Não estou habituado a distinções mas das que tive esta foi a mais importante”, agradeceu repartindo o prémio com a família pelos momentos roubados em nome da causa pública. “Acompanho O MIRANTE há muitos anos e não me lembro de ver um presidente de junta ser galardoado. Só isso era motivo de orgulho. Maior foi o orgulho quando a razão foi aquilo que foi feito para que Saramago regressasse às origens”.Para conseguir que o Nobel da Literatura “voltasse a nascer” e aceitasse uma estátua ainda em vida Vítor Guia contou com um aliado chamado Pilar Del Rio. A mulher de José Saramago não pôde estar presente na cerimónia de entrega do prémio - no dia em que em Barcelona se assinalavam os oito meses da morte do escritor - mas enviou uma mensagem que foi lida para o auditório por Sérgio Letria, representante da Fundação José Saramago. “José Saramago nasceu em Azinhaga mas estaria a faltar à verdade se não dissesse que nos últimos anos o lugar de José Saramago em Azinhaga era Vítor Guia. Sem ele os sonhos que se realizaram em Azinhaga teriam ficado em projecto ou talvez nem isso porque este homem discreto e voluntarioso foi e é uma máquina em marcha. Um motor que não se rende nem se detém porque os objectivos que traça a cada dia têm que ver com a maneira de tornar melhor a vida dos seus concidadãos”. Apesar das dificuldades, da distância geográfica, da idade, do desaparecimento de muitos dos seus, Vítor Guia aproximou Saramago de Azinhaga e dessa forma colocou o nome da terra em todos os mapas do mundo. “E como é generoso e descende de boa estirpe projecta uma sombra aprazível por onde passa atendendo os amigos, construindo o futuro. É um homem que um grande lugar merece”, escreveu Pilar sobre o “amigo incondicional de José Saramago” a quem desejou que continue em frente “cuidando a seara que é a Azinhaga e o mundo”. A sociedade está “saturada de palavras” e precisa de bons exemplosA sociedade está saturada de palavras e precisa de bons exemplos. A ideia foi sublinhada pelo ministro dos Assuntos Parlamentares, Jorge Lacão, no final da cerimónia de entrega dos prémios Personalidade do Ano, iniciativa de O MIRANTE. “Se alguma coisa faz sentido nos tempos que correm é que possamos encontrar um exemplo, uma referência para aquilo que cada um tem que fazer. Esta noite foi uma noite de bons exemplos transmitidos por muitas personalidades que têm dado ao longo da sua vida o melhor pela comunidade”. Jorge Lacão aproveitou a oportunidade para felicitar o trabalho desenvolvido pelo jornal. O ministro lembrou que os órgãos de comunicação social desempenham um papel fundamental: “Gostemos ou não gostemos do reflexo, do efeito de espelho, da consciência crítica que os órgãos de comunicação social nos trazem - que O MIRANTE em particular traz à região - a verdade é que é através da comunicação social que ganhamos mais consciência de nós próprios e mais consciência da opinião pública sobre o trabalho que se vai fazendo. Por isso a Comunicação Social é obviamente um factor indispensável de progresso em qualquer sociedade e O MIRANTE tem sido um factor indispensável de progresso na nossa região”, analisou.Um padre distinguido num tempo de ateísmo e agnosticismoMário Duarte, distinguido com o prémio cidadania, considerou admirável que nos tempos “de promoção de um certo ateísmo e de um certo agnosticismo” seja reconhecido o trabalho de um padre. Dedicou por isso o prémio a todos os párocos que por todo o país trabalham em prol da comunidade. “Nos tempos que correm tenho a certeza de que se não fosse a Igreja a acudir, a confortar, a consolar, a animar e a encorajar muitos dos cidadãos deste país estaríamos às portas de qualquer coisa como aquilo que está a acontecer no Egipto e um pouco por todo o mundo árabe”. O padre realça que todo o trabalho que desenvolve é feito em equipa. “Sozinhos não somos nada mas juntos podemos fazer grandes coisas. Sozinho em Tomar não seria nada mas com os dois padres que trabalham comigo e com todas as pessoas de boa vontade que se associam às iniciativas que vamos promovendo nas nossas paróquias muitas coisas vamos conseguindo fazer”. No desporto foi distinguida a equipa de Hóquei do Sporting de Tomar que comemora 96 anos. A grande família subiu ao palco em grupo para receber o prémio. “O mérito do prémio pertence aos atletas, mas também à equipa técnica e seccionistas que permitem que o clube vá somando êxitos”, agradeceu em nome de todos Rosa Dias.A capitã da equipa feminina de Futsal de Riachos, Sandra Mesquita, mostrou-se grata, em nome do colectivo, pela distinção que lhes coube prometendo continuar a fazer melhor. “É uma luta para estar aqui e conquistar o que conquistámos. Vamos continuar a lutar e precisamos do apoio de todos”, convidou.O prémio do Associativismo foi entregue ao CLAC - Clube de Lazer Aventura e Competição do Entroncamento. José Leote, que foi um dos fundadores do clube há 25 anos, agradeceu o reconhecimento que encarou como uma grande responsabilidade. “Não são os títulos a nossa grande ambição. São as crianças e os adultos, os homens e as mulheres, os novos e idosos que enquadramos que nos dão força”. O MIRANTE é o “elo mais forte de ligação entre as comunidades”“Escrever um jornal para uma região tão grande como a nossa tornou-se missão a cumprir desde que percebemos que o nosso jornal podia ser o elo mais forte de ligação que faltava entre todas as comunidades”. Quem o disse foi o director geral de O MIRANTE, Joaquim António Emídio, na quinta-feira à noite, 17 de Fevereiro, no Cine-Teatro da Chamusca, no início de mais uma cerimónia de entrega dos prémios às personalidades do ano, uma iniciativa do jornal. Para Joaquim António Emídio a festa que o jornal organiza todos os anos para premiar o mérito das personalidades da região é um sinal da vitalidade da equipa de profissionais da comunicação mas significa também que aumentam as expectativas em relação ao trabalho do jornal. “A vossa comparência é o melhor sinal que podemos receber sobre a importância do nosso trabalho e a responsabilidade que nos cabe enquanto jornalistas de um jornal que é líder de mercado”, disse o director geral do jornal “feito a pulso” com homens e mulheres que dedicam parte da vida ao projecto cultural e empresarial.Joaquim António Emídio lembra que os jornalistas de O MIRANTE fazem boa parte da agenda dos jornalistas dos órgãos de comunicação social que, não estando no terreno, sabem aproveitar as vantagens do trabalho de proximidade. “«Vocês conseguem pôr o meu chefe aos gritos na redacção», dizem-nos alguns jornalistas de Lisboa que correm atrás das nossas notícias que passam pelas nossas edições”, ilustra. “Sermos mão-de-obra barata para alguns jornalistas e para muitas empresas de conteúdos que trabalham para as televisões é motivo de orgulho mas, às vezes, faz doer porque em Portugal o jornalismo de elite é aquilo que todos nós conhecemos do dia a dia”.Joaquim António Emídio falou dos jornalistas que se juntam à mesma hora, no mesmo local para fazer a cobertura dos mesmos acontecimentos, quase sempre marcados pelas agendas oficiais. Entrevistam depois as mesmas pessoas e dão destaque aos mesmos assuntos. “Quase sempre sem espírito crítico, abordando as notícias pelo mesmo ângulo, quando não se dá o caso de combinarem fazer igual para ser mais fácil e rápido”.O jornalismo de proximidade de O MIRANTE obriga a viver o ofício com paixão, a trabalhar os textos e as imagens de forma aprofundada, tentando fugir às rasteiras e cumprindo as regras da profissão mesmo quando os protagonistas das notícias se cruzam diariamente com os autores dos textos.O MIRANTE tem três edições diferenciadas, mais de trinta mil jornais na rua e mais de 100 mil visitantes na edição on-line números que, segundo Joaquim António Emídio, distanciam “folgadamente o jornal de qualquer concorrência e até de alguns jornais ditos de expansão nacional que, em alguns casos, têm muito menos leitores”.“Os prémios personalidade do ano são um compromisso com a região onde vivemos e trabalhamos e com as pessoas que ajudam a fazer o caminho do progresso. Seja lá isso o que for e demore lá os anos que demorar a fazer-se sentir nas nossas vidas e nas vidas dos nossos filhos”, concluiu.

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