uma parceria com o Jornal Expresso

Edição Diária >

Edição Semanal >

Assine O Mirante e receba o jornal em casa
31 anos do jornal o Mirante
Quase metade do preço dos combustíveis deriva de impostos

Quase metade do preço dos combustíveis deriva de impostos

Revendedores dizem que não há margem para vender mais barato
Olhados muitas vezes como os maus da fita, os revendedores de combustíveis alegam que não têm margem para praticar preços mais baixos, dado o valor a que é vendida a gasolina e o gasóleo à saída da refinaria e à carga fiscal imposta pelo Governo sobre os derivados do petróleo, através do imposto sobre os produtos petrolíferos e do IVA. Aliás, são os impostos que determinam uma diferença tão acentuada nos preços praticados em Portugal e em Espanha, por exemplo. No nosso país, cerca de metade do preço dos combustíveis deriva de impostos.Além disso, os revendedores também não têm autonomia para mexer nos preços, fixados pelas companhias. “Chegamos ao posto de manhã, carregamos no botão e vemos os preços desse dia, que são alterados online”, explica um colaborador de um posto da Galp. A margem de lucro dos postos de abastecimento de combustíveis também pouco varia de ano para ano, independentemente das oscilações dos preços da gasolina e gasóleo no mercado. Desde há alguns anos os revendedores começaram a confrontar-se com a concorrência dos postos dos hipermercados, que vendem a preços mais baratos e que roubaram parte significativa da clientela. A diferença nos preços chega a ultrapassar os 10 cêntimos por litro. Muito dinheiro para os tempos que correm. A explicação está nas margens de lucro mais pequenas e também nos menores encargos que as grandes superfícies têm com funcionários e com os postos de abastecimento. “Não há hipótese de concorrer com eles, não podemos baixar os preços”, diz um empresário do sector.Só em Santarém há três desses postos das chamadas marcas brancas. Almeirim, Alverca, Chamusca, Cartaxo, Rio Maior, Entroncamento e Torres Novas são outras localidades onde é possível comprar combustível mais barato. Há quem tenha visto uma quebra na facturação na ordem dos 20 por cento desde que surgiu essa nova realidade, refere o mesmo empresário que prefere não ser identificado e que antecipa já o cenário de encerramento de postos de combustíveis. E não só junto à fronteira com Espanha. “Há muita gente com a corda na garganta”, revela.Quem está a gerir um posto de uma companhia de bandeira, como a Galp, a BP ou a Repsol, sabe que é difícil convencer um cliente perante a diferença de preços. Mas há vantagens que devem ser tidas em conta, diz-nos quem explora postos de uma dessas companhias na zona de Santarém. “Os combustíveis dos postos de bandeira são gasolinas aditivadas”, que, na sua opinião, combinam melhor com os motores cada vez mais exigentes.
Quase metade do preço dos combustíveis deriva de impostos

Mais Notícias

    A carregar...