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Cáustico Manuel Serra d’Aire

Cáustico Manuel Serra d’Aire

Finalmente chegámos à conclusão que estamos f…alidos. Depois de anos de festança apareceu agora o cobrador do fraque a bater-nos à porta e a pedir-nos para pagarmos os calotes. Claro que o caloteiro que há em nós insurgiu-se contra esse descaramento, antecipando desde logo uma vida cinzenta nos próximos tempos, sem férias nas Caraíbas, sem pontes no Algarve, sem carros de luxo e casas de praia a prestações. Que o cidadão comum chore baba e ranho não me surpreende. É difícil perceber que não se pode gastar mais do que aquilo que se produz. Compreender isso só está ao alcance dos predestinados e está visto que nós e os nossos governantes não temos essa faculdade. Já os romanos diziam, ainda Jesus Cristo não era nascido, que havia um povo lá para os confins da Lusitânia que não se governava nem se deixava governar. Mas que haja políticos que insistam em aventuras megalómanas já é caso para franzir o sobrolho. No mínimo.Há dias li em O MIRANTE que os vereadores socialistas da Câmara de Rio Maior querem que o executivo pressione o Governo (seja ele qual for que aí venha, valha-nos Deus!) para o cumprimento das compensações Ota/Alcochete, designadamente a construção da estação do TGV naquele concelho. Não sei onde têm andado os ditos autarcas, mas por cá não deve ter sido seguramente. Senão já tinham percebido que a estação não lhes vai fazer falta nenhuma, porque o comboio TVG foi-se antes de algum dia ter chegado. É no que dá ser tão rápido.No meio deste cenário negro é de louvar o empenho com que muitos políticos se estão a oferecer para ajudar a salvar a pátria. Falo, claro, das listas dos vários partidos para as eleições legislativas que aí vêm. Quem diz que os nossos políticos não têm espírito altruísta e não põem os interesses do país à frente dos seus interesses pessoais e partidários tem de fazer um acto de contrição, tantos foram os que se ofereceram para integrar as listas mesmo sabendo-se que um deputado não ganha por aí além e que a vida em Lisboa é cara. Para já não falar do tempo que tão assoberbada e respeitada actividade rouba à família e ao lazer.Lamento, sinceramente, que o PS não tenha acolhido favoravelmente a abnegada atitude de voluntariado do excelentíssimo senhor engenheiro Rui Barreiro para integrar a sua lista por Santarém. Consta nos mentideros que o portentoso político escalabitano, reputado especialista em agricultura e florestas, tinha já uns novos suspensórios para apresentar na campanha eleitoral, pelo que a sua não inclusão nas listas é uma facada assassina na moda Primavera/Verão deste ano. Lastimável.Esvaído em lágrimas, despeço-me com amizadeSerafim das Neves
Cáustico Manuel Serra d’Aire

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