Até final de 2011 a Câmara de Santarém quer cumprir a meta de ter dez por cento da sua frota composta por carros eléctricos. O objectivo foi traçado pelo presidente da autarquia, Moita Flores (PSD) durante a apresentação do Peugeot iOn no jardim da Liberdade. O autarca destaca a aquisição de veículos de recolha de lixo. Esta acção surge também por uma imposição legal que determina que as frotas municipais devem ser compostas por 20 por cento de veículos eléctricos.“Vamos comprá-los para fazerem serviço no centro da cidade e noutros bairros onde os grandes camiões não chegam. No total devemos comprar 12 carros, que também vão estar ao serviço das empresas municipais, através de protocolo que temos com a MOBI.E (rede de carregamento inteligente para a mobilidade eléctrica), cuja aquisição inclui um desconto no custo dos veículos”, explica o autarca. Moita Flores considera que as pessoas ainda estão na expectativa em relação aos carros eléctricos e que, por isso, ainda se vêem apenas três ou quatro carros nos postos de carregamento da cidade instalados no largo do município e na praça Visconde Serra do Pilar (praça velha).Durante a exposição do modelo Peugeot mas também de uma bicicleta eléctrica da marca francesa, que Moita Flores teve oportunidade de experimentar, o autarca disse confiar que a cidade estará livre de grande parte das emissões de dióxido de carbono dentro de dez anos. “Hoje temos milhares de carros aqui a passar e a lançar emissões de carbono mas não tenho dúvidas nenhumas que daqui por dez anos, no centro de Santarém, haverá o silêncio dos carros eléctricos. Será essa profecia por cumprir nas tecnologias de duas e quatro rodas”, analisou Moita Flores, que considera que um veículo eléctrico estará pago em dois anos devidos aos baixos consumos quando comparado com o pagamento em leasing de um veículo normal.Peugeot iON com uma despesa de até dois euros por 100 quilómetrosQuem experimenta este carro eléctrico não fica indiferente ao silêncio do motor, seja em andamento ou no arranque. Mas também os consumos e ausência de emissões poluentes do pequeno carro citadino de cinco portas deixam alguns condutores impressionados. “O custo de utilização é muito baixo, de cerca de 1,5 a 2 euros por cada 100 quilómetros percorridos. Como carro citadino pode levar quatro pessoas de forma confortável mais alguma bagagem. Tem uma autonomia de 150 quilómetros e os carregamentos das baterias demoram normalmente seis horas. Mas em carregamentos rápidos de 15 minutos garante-se 50 por cento de autonomia. As baterias têm uma longevidade prevista de dez anos”, explica o director de comunicação da Peugeot, Nuno Marques. O carro custa cerca de 36 mil euros, mas os cinco primeiros compradores de veículos eléctricos no país beneficiam de um incentivo de cinco mil euros na aquisição de uma viatura eléctrica. A Peugeot pensa vender cerca de 50 modelos iOn até final de 2011, modelo que está para venda ao público desde Fevereiro. Disponibiliza ainda as bicicletas eléctricas a 1900 euros e deverá apresentar em breve uma scooter eléctrica.