Câmara de Benavente garante que tem dinheiro para ordenados
Ganhão considera “sem sentido” rumores que dão conta de dificuldades nos cofres do município
Os funcionários da Câmara Municipal de Benavente estão preocupados com as recentes complicações que surgiram no contrato de empréstimo a curto prazo a celebrar entre o município e o Barclays Bank – no valor de 750 mil euros – e que agravaram as dificuldades de tesouraria da câmara, temendo que não haja dinheiro suficiente para pagar os vencimentos em Maio.O empréstimo, solicitado pela câmara, é a única forma de ultrapassar uma dramática diminuição das receitas de tesouraria verificadas no início do ano. Vários funcionários, ouvidos pelo O MIRANTE, temem que o município não consiga honrar os compromissos mas o presidente da autarquia, António José Ganhão (CDU), já veio garantir que tal não passa de um rumor sem sentido.“Nós somos uma câmara que paga atempadamente aos seus fornecedores e nunca estiveram em causa os salários dos trabalhadores. O pagamento aos fornecedores é que estava a ficar atrasado. Nós pagamos ao mês, não pagamos a um, dois ou três anos. Por conseguinte não queremos cair nessa situação e solicitámos o empréstimo”, informou. O presidente do município disse ao nosso jornal que as receitas das câmaras “são um pouco aleatórias” e que a principal, o Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) está para breve. “É pago em duas tranches, em Maio e Setembro, por conseguinte o que fizemos foi pedir um empréstimo de curto prazo no valor de 750 mil euros para antecipar esses pagamentos sem pôr em causa rigorosamente nada. Em Maio vamos pagar 500 mil euros com a receita do IMI e em Outubro pagaremos os restantes 250 mil euros, portanto nessa altura o empréstimo fica arrumado e estarão salvaguardados os salários”, garante.Só numa das últimas reuniões públicas do executivo, recorde-se, é que a minuta do contrato de empréstimo foi aprovada, depois de rectificada por diversas vezes. O facto do contrato estar em nome da Câmara Municipal de Benavente e não ter a designação Município de Benavente, de ter sido assinado pelo vice-presidente e não pelo presidente e conter condições que a câmara considerou “inaceitáveis” levaram a que o documento final demorasse mais tempo que o previsto a ser concluído. Outras inconformidades detectadas pelo município foram a “alteração da taxa de juro caso o indexante deixasse de reflectir as condições de mercado, bem como a resolução do contrato em caso de alguém solicitar judicialmente a insolvência do Município”, lê-se na acta da reunião.O presidente garantiu a O MIRANTE que o dinheiro já foi disponibilizado e já se encontra a ser usado pela autarquia. Com esta operação, em juros, a câmara vai pagar 19 mil euros à banca.
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