“Aikido” é palavra que ainda não entrou no vocabulário dos portugueses. Mas esta arte marcial de origem japonesa, fundada pelo mestre Morihei Ueshiba, já existe desde a primeira metade do século XX. Rogério Diogo é o instrutor da modalidade que existe no União Desportiva Vilafranquense, em Vila Franca de Xira, desde 2004. Tal como se estivessem frente-a-frente com um toiro, os praticantes têm de aprender a esquivar-se, utilizando a energia dos adversários para os neutralizar. Não existem campeões de Aikido. A arte marcial não tem a vertente competitiva e esta é uma das razões apontadas por Rogério Diogo para justificar o desconhecimento que existe em Portugal sobre o tema. “A nossa competição é interior. Um aluno de Aikido é um verdadeiro campeão ao conseguir ultrapassar as próprias dificuldades e as da modalidade” começa por explicar Rogério Diogo. Nas aulas já teve um ex-toureiro a quem costumava explicar que o Aikido é como a arte de tourear. “Estamos frente-a-frente com um adversário, mas depois temos de fazer uma esquiva por que não pode existir conflito. Quando estamos a tourear também não podemos entrar em conflito directo com o toiro, temos de nos saber esquivar”. Harmonizar e controlar a energia dos adversários utilizando a esquiva, a projecção ou a imobilização é o principal objectivo do Aikido. Os praticantes não opõem resistência à força e tentam neutralizar os oponentes com movimentos fluidos e dinâmicos. “Estamos perante uma arte não violenta cujo propósito é ajudar as pessoas a desenvolver um corpo, mente e espírito fortes, em harmonia consigo próprias e com outros”, explica o instrutor. E se as meninas fogem geralmente das artes marciais, Rogério Diogo garante que o Aikido não poderia ser mais apropriado ao apelar à energia e à harmonia. Das vantagens desta arte marcial destacam-se o desenvolvimento equilibrado e harmonioso do organismo, a tonificação da musculatura, o aumento da agilidade e da flexibilidade articular, a melhoria da respiração e no plano psicológico a capacidade para enfrentar a vida de uma maneira mais serena e controlada. Tal como outras artes marciais, os praticantes também vestem um quimono e depois de chegarem a cinturão castanho conquistam o direito de vestir umas calças largas e castanhas, apelidadas de “hakama”.Rogério Diogo iniciou-se em 1996 no Aikido na Cova da Piedade, em Almada, e desde então não parou de tirar cursos e fazer exames para ir subindo na graduação. “À medida que avançamos a aprendizagem fica mais lenta. É preciso ter uma maior sensibilidade para a execução dos movimentos e técnicas serem perfeitas”. Todos os que pretendem conhecer a arte marcial estão convidados a aparecer para praticar três aulas experimentais. Os treinos decorrem todas as segundas e quartas-feiras, das 19h30 às 21h00 no pavilhão gimnodesportivo do Jardim Constantino Palha, em Vila Franca de Xira.