Cem anos de Café Paraíso em Tomar
Localizado na Rua Serpa Pinto, em Tomar, o Café Paraíso é um dos mais emblemáticos espaços da cidade, celebrando o seu centésimo aniversário na sexta-feira, 20 de Maio, com um conjunto de surpresas para amigos e clientes. A decoração intemporal serve todos os gostos e se à tarde são os mais velhos que ocupam o local de tertúlia, muitas vezes a beber chá e torradas, à noite o ambiente serve de ponto de encontro para os mais jovens. Alexandra Vasconcelos e Pedro Santos são o rosto do Café Paraíso que abriu em 1911 fazendo parte da sociedade Empresa Paraíso. O café está aberto entre as oito da manhã e as duas da madrugada. Ela toma conta do espaço durante o dia, o marido de noite. “O meu tio-bisavô, Manuel Cândido da Mota, comprou a quota dos outros e mais tarde deu sociedade ao meu avô, Manuel Mota Grego”, explica Alexandra Vasconcelos que ficou a gerir o estabelecimento em 1993. O café manteve as mesmas dimensões mas antes de 1946, altura em que o seu avô tomou conta do espaço, ostentava outra arquitectura, salientando-se o papel de parede, o chão de tacos, mesas e cadeiras de madeira personalizadas e três portas em ogiva e uma montra. Entretanto, o espaço foi redecorado pelo arquitecto Francisco Granja. Os espelhos que actualmente se encontram a forrar as paredes foram trazidos de Veneza, Itália e as mesas e as cadeiras com um design fora do comum vieram da Alemanha. Ao longo de 18 anos, Alexandra Vasconcelos tem muitas histórias para contar como aquela dos clientes que se sentavam todos os dias na mesma mesa e, caso estivesse ocupada, ficavam com um ar desorientado. Há ainda outro episódio que não esquece. “Tinha um cliente com noventa e muitos anos que veio cá no dia que nasceu e eu servi-o na véspera do dia em que faleceu. Todos os dias, vinha cá comer a sua torrada e beber um galão”, refere, orgulhosa por conseguir manter as portas abertas daquele que é provavelmente um dos cafés mais antigos da região.
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