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A Resitejo é uma empresa de sucesso a nível ambiental e económico

A Resitejo é uma empresa de sucesso a nível ambiental e económico

Sector da reciclagem obrigou à contratação de mais sessenta funcionários no último ano

Começou por ser a empresa que recolhia e depositava em aterro os resíduos sólidos urbanos dos municípios do Médio Tejo. Hoje tem um sector de triagem de materiais recicláveis que dá trabalho a centena e meia de pessoas. Mais de metade dos seus clientes são particulares.

Em 1999, quando foi inaugurada, a Resitejo (Associação de Gestão e Tratamento dos lixos do Médio Tejo), situada no Parque do Relvão, Carregueira, no concelho da Chamusca, tinha uma dúzia de funcionários. Agora tem 151. O caminho percorrido é notável em termos ambientais e a nível económico. A recolha selectiva de resíduos e a central de triagem, ampliada o ano passado são a chave do sucesso. E há novos investimentos a caminho. E a empresa trabalha agora todos os dias do ano, 24 horas por dia.A célula com dois alvéolos onde os resíduos sólidos urbanos começaram a ser depositados e enterrados, tinha um período de vida útil de dez anos mas vai durar até 2012. Apesar de a empresa receber incomparavelmente mais resíduos urbanos do que no início, a maioria já não vai para aterro como acontecia antes mas para reciclagem. A grande reviravolta começou a 9 de Dezembro de 2004 com a entrada em funcionamento da central de triagem. O lixo doméstico que os cidadãos separam e depositam nos ecopontos começou a ser devidamente seleccionado e enviado para reciclagem.As campanhas de sensibilização e o despertar da consciência cívica e ecológica de uma parte significativa da população do Médio Tejo foi determinante. Mas teria menos impacto se a Resitejo não tivesse apostado no aumento dos ecopontos. A empresa foi a última dos 28 sistemas do género existentes em Portugal, a aderir à separação de lixos mas entrou em força. Actualmente é um dos sistemas que mais ecopontos tem a nível nacional. O rácio é de um ecoponto por cada 150 habitantes. Um esforço que foi complementado por alguns municípios que também investiram em ecopontos subterrâneos, por motivos ambientais, estéticos e de capacidade. E a média de material enviado pela Resitejo para reciclagem também é das melhores do país. A empresa promete não ficar por aqui, porque cerca de metade (45%) do lixo que vai para o aterro ainda é constituído por material que pode ser reciclado. Ainda este ano vai ser lançado um concurso público internacional para uma unidade de tratamento mecânico e a partir de 2012 todo o lixo que agora vai directamente para o aterro, ou seja, o que não é separado pelos cidadãos, vai passar a ser triado (separado) por aquele equipamento, operação que não é possível fazer apenas com recurso a mão de obra. Um outro investimento a ser feito é o da abertura de uma nova célula para depósito de resíduos. Os trabalhos de terraplanagem já começaram e devem ficar concluídos este ano. As mais recentes apostas na recolha e tratamento de resíduos recicláveis estão a resultar. Com excepção de Santarém, todos os concelhos servidos pela Resitejo já têm instalados contentores para recolha de óleos domésticos usados. Quem coloca os contentores e faz a recolha é uma empresa que transforma aqueles resíduos em biodisel. As recolhas, feitas pela mesma empresa, são quinzenais mas actualmente verifica-se que há locais onde, muito antes de decorridos os quinze dias, a capacidade está esgotada. A solução passará, a curto prazo, pela colocação de oleões com o dobro da capacidade. A Resitejo também já está a triturar plástico rígido que depois é vendido para fábricas e algum exportado. Está a fazer uma selecção mais criteriosa dos metais que são depositados nos ecopontos e ecocentros e fez uma candidatura à Agência Portuguesa do Ambiente, em conjunto com os dois CIRVER (Sistemas de Tratamento de Resíduos Perigosos) que estão instalados na mesma zona, para acondicionar e enviar para tratamento os resíduos perigosos que são depositados nos ecocentros. Novas regras para evitar atrasos dos pagamentos das câmaras municipaisOs municípios servidos pela Resitejo (Alcanena, Chamusca, Constância, Entroncamento, Ferreira do Zêzere, Golegã, Santarém, Tomar, Torres Novas e Vila Nova da Barquinha) acordaram regras mais rígidas para evitar os continuados atrasos de pagamento que ainda recentemente obrigaram a empresa a recorrer a um empréstimo bancário de 500 mil euros. O MIRANTE sabe que também foram acordadas formas de pagamento das dívidas existentes. Há cinco anos a Resitejo dependia a cem por cento das verbas das receitas obtidas com a recolha e tratamento dos resíduos sólidos urbanos dos municípios. Actualmente a situação inverteu-se. Os particulares já representam cerca de 51 por cento da receita mensal que ronda os 520 mil euros. A maior parte desses clientes são outros sistemas de recolha de resíduos que não dispõem de Central de Triagem, preferindo pagar o serviço. Com os particulares não tem havido atrasos nos pagamentos.Cidadãos que não separam o lixo dão mais despesa aos seus municípiosOs municípios onde os cidadãos não têm grande consciência cívica e ecológica são penalizados financeiramente. Pagam mais cinquenta por cento por cada tonelada de resíduos canalizada para a Resitejo. Ou seja, os munícipes que não fazem a separação de resíduos, para além de não estarem a contribuir para um melhor ambiente, estão a fazer com que os seus concelhos gastem mais dinheiro. A avaliação da percentagem de material reciclável que vai misturada no lixo em geral é feita duas vezes por ano. Uma no final do período das chuvas e outra no final do tempo seco. Normalmente em Abril e Outubro. Não há recolha de noite por causa do ruído A Central de Triagem da Resitejo funciona todo o ano, 24 horas por dia. A recolha de resíduos nos concelhos do sistema só é feita no período diurno por causa do ruído. Ainda foi feita uma tentativa mas a ideia foi abandonada devido às reclamações. Apenas em Santarém se mantém uma recolha nocturna por semana porque, principalmente no centro histórico, é muito difícil fazer a recolha a partir das 7 da manhã, devido ao trânsito e ao estacionamento de viaturas nas proximidades dos locais onde estão os contentores. As obras também impedem muitas vezes que a recolha de resíduos seja feita durante largos períodos. Um problema chamado ponte da ChamuscaA Resitejo fica na margem esquerda do Tejo e a maior parte dos concelhos onde a empresa faz recolha de resíduos, na margem direita. Em Santarém os camiões da empresa não podem passar na Ponte D. Luís. A volta pela ponte Salgueiro Maia significa mais 30 quilómetros por cada circuito. Com seis circuitos por dia os carros percorrem mais 180 quilómetros com tudo o que isso significa em termos de tempo, combustível e desgaste. Mais a norte situam-se cinco ecocentros (locais onde se compactam resíduos para transporte). Golegã, Torres Novas, Barquinha Tomar e Ferreira do Zêzere. A passagem pela ponte da Chamusca dá cabo de qualquer planeamento. Por vezes há camiões retidos na ponte entre 15 a trinta minutos porque o tabuleiro é estreito e não permite a passagem de dois pesados ao mesmo tempo. Como cada motorista tem que fazer 3 circuitos por turno. Se por causa dessa espera só fizer dois circuitos ficam uma ou duas horas parados sem fazer nada e a recolha fica incompleta gerando naturais protestos. E naquela zona há 12 circuitos para fazer no turno da manhã e outros tantos no turno da tarde.
A Resitejo é uma empresa de sucesso a nível ambiental e económico

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