uma parceria com o Jornal Expresso

Edição Diária >

Edição Semanal >

Assine O Mirante e receba o jornal em casa
31 anos do jornal o Mirante

Já há quem defenda entradas pagas na semana da Ascensão e todos estão atentos à fusão de municípios vizinhos

Todos aceitam que, em maré de contenção de despesas os espectáculos da Semana da Ascensão sejam feitos com recurso aos artistas da terra e alguns sugerem que as entradas passem a ser pagas. Quanto à reorganização administrativa de que se fala e da eventual fusão de municípios parece não ter grande contestação. Já em relação ao parceiro com quem a Chamusca se “casaria”, as opções divergem. Alpiarça recolhe mais votos mas Golegã e Constância também são hipóteses encaradas com naturalidade.

Joel Marques, 31 anos, Presidente da Junta de Freguesia de Carregueira“Feira da Ascensão deveria ser auto-sustentável”O presidente da Junta de Freguesia de Carregueira, concelho da Chamusca, considera que a festa da Ascensão deveria ser auto-sustentável criando, por exemplo, uma associação para angariar dinheiro e patrocínios. “A autarquia devia promover o que tem de bom no concelho com colóquios e debates promovendo as empresas que aqui estão instaladas. Sendo auto-sustentável a Câmara não gastaria um único cêntimo com a festa e esta poderia realizar-se todos os anos”, explica.Em relação à fusão de concelhos defende que, pela importância do concelho da Chamusca, Joel Marques não vê forma de este se unir a qualquer outro concelho vizinho. “Também não faz sentido que outro concelho se junte à Chamusca. As coisas devem manter-se como estão”, afirma.Filipe Barreira, 44 anos, Chamusca, empreiteiro“Organizar a festa em redor de um tema”Se fosse o responsável por organizar a Feira da Ascensão Filipe Barreira fazia as coisas de maneira diferente. Começava por arranjar um tema e organizava a festa consoante esse tema. Tinha que estar relacionado com a festa brava ou com algo que tenha a ver com o concelho para apostar no desenvolvimento das suas actividades mostrando o melhor da Chamusca aos visitantes. “Da forma como a festa está organizada não cativa ninguém e as pessoas não sabem quais são as potencialidades do concelho da Chamusca”, afirma acrescentando que teme que “mais ano menos ano” a Ascensão termine de vez.Se o processo de fusão de municípios avançar o empreiteiro defende que a Chamusca deve unir-se à Golegã. “Eles têm um pólo de turismo muito bom e podia-se aproveitar o facto de ambos os concelhos terem muitos criadores de cavalos unindo esforços para desenvolverem e promoverem esta área”, refere.Duarte Neto, 30 anos, Ulme, empresário ramo automóvel“Mantenham apenas as largadas e entradas de toiros”Quem não tem dinheiro não tem vícios. Este é o lema de Duarte Neto para justificar o facto de ter que se acabar com a festa da Ascensão ou, pelo menos, cobrar a entrada no recinto de festas. “A realização da feira da Ascensão é dinheiro que sai do bolso dos contribuintes, ou seja, nós. Não faz sentido fazer a festa de borla”, diz. Apesar de tudo Duarte Neto não falha uma visita à feira para beber umas imperiais e “conquistar uns coraçõezinhos”.O empresário do ramo automóvel defende que, enquanto não houver dinheiro, que se mantenham apenas as largadas e entradas de toiros que é o mais tradicional. Se a Chamusca tiver que unir-se a algum concelho Duarte Neto considera que deve ser a Alpiarça embora realce que deve ser aquele concelho, por ser mais pequeno, a ser absorvido pela Chamusca. “Alpiarça está perto de Almeirim que é um concelho muito bem organizado. Seria muito bom para o nosso desenvolvimento”, afirma.Luís Vieira, 46 anos, Chamusca, empregado de hotelaria“Com pouco dinheiro devemos fazer apenas uma festa simbólica”Se fosse presidente da Câmara Municipal da Chamusca Luís Vieira criava o programa das Festas da Ascensão tendo em conta o panorama de crise que se vive em Portugal e à qual o seu concelho não escapa. “Nos anos em que temos mais dinheiro fazemos algo maior mas se temos pouco dinheiro devemos fazer apenas uma festa simbólica”, refere o empregado de hotelaria que concorda com menos dias de festa e um programa de animação sem grandes artistas.Em relação ao debate lançado por políticos sobre a extinção/fusão de municípios Luís Vieira acha que a Chamusca deveria juntar-se ao município de Constância. “É o que faz mais sentido. Estamos mais ligados ao concelho de Constância do que à Golegã ou Alpiarça”, afirma.Joaquim Castelo, 67 anos, Chamusca, Comerciante“Visitantes deviam pagar para entrar na feira”Joaquim Castelo defende que não se pode deixar morrer a festa mas tendo em conta o período de crise financeira que atravessa o país deve-se fazer uma “coisa pequena”. O comerciante sugere que as entradas de público na Feira da Ascensão sejam pagas com um valor simbólico (um euro). “Com certeza que a festa ficaria muito mais barata à autarquia e podia talvez, num futuro próximo, apostar noutros espectáculos”, afirma. Sobre a sua maneira de viver a festa diz que aproveita para beber uns copos com os amigos e conviver. “É o melhor de tudo”, realça.Questionado sobre a fusão de concelhos Joaquim Castelo recusa-se a pronunciar sobre o assunto justificando que a sua opinião fica apenas para si. Eduardo Garcia, Ulme, 50 anos, técnico de informática“Para uma festa ter muito público não é preciso trazer artistas que valem milhões”Eduardo Garcia vai todos os anos à Ascensão e garante que não perde a tradicional entrada de toiros na manhã de quinta-feira de Ascensão. Se mandasse teria feito as coisas de maneira “correcta” para agora não estar a sofrer as “consequências” com falta de dinheiro. “Não teria gasto balúrdios com artistas que custam milhões. Para encher uma festa com público não é preciso cantores muito caros”, refere.Na sua opinião a Chamusca é um concelho tão vasto que não devia juntar-se a nenhum outro concelho. Mas a ter que o fazer defende que o seu concelho deveria anexar o concelho de Alpiarça por ser o mais próximo. “A Chamusca nunca pode integrar outro concelho porque é dos maiores a nível nacional”, realça.

Mais Notícias

    A carregar...