O habilidoso do Oliveira Domingos
Se o ridículo matasse o advogado de Santarém Oliveira Domingos já seria um cadáver há muito tempo. A acção que resolveu interpor em tribunal contra O MIRANTE e os seus jornalistas é um atentado à liberdade de informar (ver página 27 desta edição). Estão agora explicadas as asneiras de Rui Barreiro na relação com O MIRANTE ao recusar o pagamento das dívidas que a autarquia tinha para com o nosso jornal. Acabou por pagar em tribunal mas é fácil verificar agora que quem se rodeia de advogados desta estirpe, e já é fraca roupa, depressa fica um farrapo.
Se o ridículo matasse o advogado de Santarém Oliveira Domingos já seria um cadáver há muito tempo. A acção que resolveu interpor em tribunal contra O MIRANTE e os seus jornalistas é um atentado à liberdade de informar (ver página 27 desta edição). Estão agora explicadas as asneiras de Rui Barreiro na relação com O MIRANTE ao recusar o pagamento das dívidas que a autarquia tinha para com o nosso jornal. Acabou por pagar em tribunal mas é fácil verificar agora que quem se rodeia de advogados desta estirpe, e já é fraca roupa, depressa fica um farrapo.
Trago aqui o assunto porque este caso trouxe pela primeira vez dois inspectores da Polícia Judiciária aos nossos computadores da redacção. O advogado queixoso conseguiu que a justiça se mexesse de forma a que não fizéssemos desaparecer dos computadores os textos em que ele se sentia ofendido. O nosso pecado foi termos escrito que o dito advogado, prestador de serviços à Câmara de Santarém, tinha exigido quase meio milhão de euros. E pecado ainda maior foi termos dado a palavra ao presidente da câmara que resolveu tratá-lo como eu também acho que ele merecia.
O que me espanta nesta história é saber que ainda há gente do lado desta gente, habituada a ganhar a vida graças aos políticos amigos, e que vem clamar por justiça por publicarmos uma fotografia sem a devida autorização. Como é que é possível um tipo ter a profissão de advogado, trabalhar para uma autarquia em processos que são públicos e notórios, e depois pedir em tribunal a condenação de um jornal e dos seus jornalistas por publicarmos a sua foto sem lhe pedirmos autorização? O ridículo ainda maior é vivermos num país que tem uma justiça que permite este tipo de oportunismo. Advogados fracos, habituados a viverem de expedientes, como parece ser o caso deste Oliveira Domingos, que tem a advocacia como profissão, não faltarão por aí. Mas a justiça portuguesa, que devia ser o pilar da democracia, a referência do país com mais de oito séculos, pode ficar refém de um advogado que acha que pode incomodar tudo e todos só porque pensa que domina o sistema?
Os nomes que eu gostaria de chamar a este Oliveira Domingos estão todos nos livros de Eça de Queirós que retratam esta gente como mais nenhum escritor retratou até agora. São uns pobres coitados que vivem da miséria de não haver hoje quem lhes faça a barba nos jornais como nos tempos do Eça e do Ramalho Ortigão.
Infelizmente até Moita Flores, escritor-político de renome, habitual cronista da nossa praça, resolveu não ligar importância ao advogado. Pelo que se percebeu vai pagar multa por ter faltado às convocatórias do tribunal. O que prova também que a política em Santarém já não é o que era dantes quando Moita Flores cá chegou com a tesão toda.