O presidente da Assembleia Municipal de Santarém tem chamado a atenção da Câmara de Santarém para o atraso no pagamento das senhas de presença a que os eleitos da assembleia têm direito por cada reunião a que compareçam e diz que vai “esperando com paciência” que a situação seja regularizada. Questionado sobre o assunto por O MIRANTE, António Pinto Correia (PSD) reconhece que as senhas de presença “são um direito” dos eleitos, mas também admite que o município, dada a difícil situação financeira que atravessa, terá outras prioridades. “Penso que nenhum eleito local se candidatou a pensar nas senhas e com certeza que hão-de ser pagas”, diz.Os 55 autarcas da Assembleia Municipal de Santarém ainda não receberam qualquer senha de presença no actual mandato, que se iniciou em Outubro de 2009. Cada eleito deve receber cerca de 75 euros por reunião. Como já foram realizadas oito sessões ordinárias neste mandato, a Câmara de Santarém está em dívida com 600 euros a cada eleito, sendo que o presidente da mesa da assembleia e os dois secretários recebem quantias superiores aos restantes, pelo que a dívida será superior. Estão ainda por pagar as senhas de 2009, referentes a reuniões do anterior mandato.A propósito do assunto, o líder da bancada do PS na assembleia municipal diz que deve estar a passar por “aldrabão” junto do Círculo Cultural Scalabitano, já que, pouco depois de tomar posse, prometeu doar a essa associação as senhas de presença nas reuniões. Carlos Nestal considera que esse atraso não dignifica o poder local, independentemente do valor que está em causa.Na mesma linha se pronuncia José Luís Cabrita, da bancada da CDU. O autarca comunista diz que ainda não tinha dado pelo atraso nos pagamentos já que essas verbas são depositadas directamente na conta do partido, mas considera que se trata de uma questão de princípio. “Tendo os eleitos direito às senhas de presença não se justifica tamanho atraso. Essa situação só confirma a situação catastrófica em que se encontram as finanças do município”, afirma.Os atrasos nos pagamentos têm sido recorrentes e na última reunião da assembleia municipal, no final de Abril, o presidente da Câmara de Santarém, Francisco Moita Flores (PSD), reconhecia o atraso e garantiu que vai pagar. “Mas estamos atrasados com tanta gente, por que não também com os deputados da assembleia municipal?”, comentou o autarca.