Os vereadores do PSD na Câmara do Cartaxo garantem que os munícipes, empresas e entidades do concelho pagam água mais cara que a que é distribuída pela empresa intermunicipal Águas do Ribatejo (AR). Segundo Paulo Neves, que garante ter estudado os números a fundo, não é verdade o que diz o presidente da autarquia, Paulo Caldas (PS), de que o Cartaxo paga a água mais barata da região e uma das mais baixas do país.O vereador levou à última reunião do executivo a relação de tarifários em vigor praticados pela Cartágua, concessionária da água e saneamento no Cartaxo, Águas do Ribatejo e Epal. “Em 2011, e considerando a revisão de preços levada a cabo pela Cartágua, 15 metros cúbicos de água no Cartaxo custam 13,03 euros, se não contarmos com as tarifas e o saneamento. Os mesmos 15 metros cúbicos de água disponibilizados pela empresa Águas do Ribatejo (que engloba seis municípios e que serve Almeirim, Alpiarça, Benavente, Chamusca, Coruche e Salvaterra de Magos) custam 8,21 euros, ou seja menos 58,7 por cento. E se quisermos comparar com os preços praticados pela EPAL, em Lisboa, verificamos que a água aos consumidores do Cartaxo custa mais 4,54 euros pelos mesmos 15 metros cúbicos, ou seja mais 53,5 por cento”, exemplificou Paulo Neves.Tendo por base um consumo médio de 15 metros cúbicos, Paulo Neves partiu para a análise do tarifário familiar. Quem tiver um consumo de 18 metros cúbicos suporta mais 20 por cento de custo no Cartaxo, enquanto no social o custo a mais é de 12,5 por cento. “Já no que diz respeito às instituições sem fins lucrativos do Cartaxo sabemos hoje que elas pagam mais 69,5 por cento do que as que existem nos municípios abrangidos pela AR. Até o consumo da autarquia do Cartaxo custa mais 87,5 por cento do que as autarquias que são fornecidas pela AR”, insiste Paulo Neves. Paulo Caldas referiu que a câmara apresentará outros cálculos, fruto de um estudo alargado a outros municípios.Para Paulo Neves, a Câmara do Cartaxo tem negociado com a Cartágua em posição de inferioridade e sem defender os interesses dos munícipes. “A frágil posição que a Câmara do Cartaxo tem neste negócio, face à necessidade premente de receitas extraordinárias, leva a que sejam os consumidores do Cartaxo a suportar integralmente a incapacidade negocial manifestada pelo presidente da câmara quando se senta à mesa com os administradores da Cartágua”, conclui Paulo Neves.