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António Campos

António Campos

63 anos, empresário, Chamusca

Nasceu na vila da Chamusca no dia 14 de Maio de 1948, terra de onde nunca saiu. Com apenas dez anos começou a aprender o ofício de mecânico. Em Janeiro de 1978, após muitos anos a trabalhar para os outros, abre a oficina “Campos & Nazário”, que actualmente se está a expandir. Dedicado, vive intensamente a sua actividade, nunca deixando um cliente sem resposta. Só a jardinagem o faz esquecer o trabalho.

O meu pai era carpinteiro mas nunca me identifiquei com essa profissão. Faço exactamente aquilo que gosto. Não me conseguia ver noutra área senão nesta e hoje ainda vivo o trabalho com grande intensidade e com uma série de projectos como se estivesse a iniciar hoje. Sempre quis trabalhar com automóveis. Hoje estou mais na parte da gestão mas se tiver que agarrar na vassoura para varrer a oficina, agarro. Todos os anos vou a pé a Fátima. Não o faço por promessa mas por fé e para acompanhar outras pessoas. Acredito que Deus me tem ajudado em todo este caminho. Gosto muito de jardinagem. Tenho uma casa grande e aos domingos, como me levanto à mesma hora, gosto de mexer na terra. Limpa-me completamente a cabeça. Com dez anos fui aprender mecânica com um conhecido. A idade não me permitia lá estar mas eu insistia em ir. Em Janeiro de 1975 fiquei com esta oficina, com mais dois sócios, por proposta do antigo proprietário, Fernando Barreto. Estava aqui como encarregado e a minha condição foi ficar com os empregados que queria. Inicialmente a firma chamou-se “Auto Volante – Fernandes, Campos & Nazário”. Mais tarde, em 1978, passou a “Campos & Nazário”, embora o antigo sócio tivesse continuado a colaborar connosco durante alguns anos.Ás sete e meia da manhã já estou na oficina. Trabalho, dedicação e gosto é uma fórmula de sucesso. Sou exigente com os meus funcionários e ainda mais comigo próprio. Nunca saio sem dar resposta às situações que vão surgindo. O telemóvel está sempre ligado. Temos que atender as chamadas ao primeiro ou segundo toque. Nem nas férias desligo. Tenho que ir para bem longe daqui. Ás vezes digo aos meus amigos que estou ansioso que chegue segunda-feira para ir trabalhar. Parece-lhes mal mas é o que sinto.Eu e o meu sócio temos feitios completamente diferentes. Eu sou mais nervoso, ele, José Joaquim Nazário é mais reservado. É uma equipa perfeita. Não é fácil gerir um negócio destes nos tempos que correm mas costumo dizer que já passámos duas vezes pelo FMI e conseguimos aguentar. Trabalhar é o único caminho. Não podemos baixar os braços.O parque do Relvão, na Carregueira, onde se instalaram empresas ligadas à reciclagem obrigou-nos a mudar. Arranjávamos carros ligeiros e agrícolas mas de há três anos a esta parte tivemos que abrir a firma a novas áreas de reparação, na área dos pesados e da maquinaria. Foi bom para o negócio.Ao fim de trinta anos estão a acontecer coisas com as quais sonhei. Falo da ampliação da oficina que, neste momento, está praticamente concluída mas ainda sem data de abertura prevista. Mesmo antes do 25 de Abril já tinha a ideia de sair para me estabelecer por conta própria. Gosto de correr alguns riscos mas controlados. Sempre vivi assim mesmo em termos pessoais. O que faço gosto de fazer bem.Elsa Ribeiro Gonçalves
António Campos

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