Para grande azar dos candidatos às eleições do dia 5 de Junho, a Feira da Agricultura, em Santarém, começa no dia de reflexão, Sábado, quando, por lei, se calam os bombos, as gaitas e se desligam os amplificadores das aparelhagens de som. Interrompido o circo político para que os aturdidos eleitores possam pensar, com alguma tranquilidade, naquilo que irão fazer ao seu direito de voto. Mas no meio do desânimo das hostes partidárias, brilha o sorriso do cabeça de lista do PS por Santarém. António Serrano não vai ser amordaçado. A sua qualidade de Ministro da Agricultura dá-lhe acesso ao microfone no dia da inauguração para dizer de sua justiça sobre o estado da ingrícola nacional. A CAP convidou-o e ele não se fez rogado. Afinal, parafraseando Bertold Brecht, poderia uma feira da agricultura funcionar sem a presença do ministro da agricultura? Serrano já veio dizer que não tem culpa de ter sido convidado. E, acrescentamos nós, um governo de gestão, como o actual, serve exactamente para tratar de assuntos essenciais como este. E acrescentou, em jeito de desculpa que os outros candidatos também foram convidados. Claro que se esqueceu de dizer que os convites dos outros não incluem o direito ao uso do microfone.