
Homem esfaqueado no centro grossista do Porto Alto
É o segundo crime grave registado no local em menos de seis meses
Uma facada no pescoço deixou um homem à beira da morte numa das zonas de carga e descarga do centro grossista chinês do Porto Alto, Samora Correia, Benavente. É o segundo crime registado no local em menos de seis meses. Comerciantes ameaçam voltar às ruas em protesto.
Um homem de 80 anos foi esfaqueado na zona de cargas e descargas do centro grossista chinês do Porto Alto, Samora Correia, concelho de Benavente, o que deixou em sobressalto a comunidade local.Os comerciantes não se conformam com a criminalidade violenta nos armazéns retalhistas e voltam a pedir um reforço de segurança às autoridades. O sentimento geral é de revolta e há quem esteja a mobilizar um protesto em frente à câmara municipal para reclamar mais vigilância. “Vamos imprimir uns papéis e começar a fazer contactos porque as coisas estão a ficar fora de controlo. Não são só as facadas. Há muita gente que é agredida aqui. Parece que são crimes praticados a mando de alguém para colocar em guerras os vários armazéns”, garante António Ferreira, funcionário de uma das lojas. “Os tempos são difíceis e anda tudo a querer tirar o osso ao vizinho. A GNR tem de intervir”, apela.Este é o segundo crime registado no espaço de seis meses no mesmo armazém. Em Dezembro um comerciante foi morto a tiro, o que gerou protestos da comunidade chinesa junto da Guarda Nacional Republicana. No centro grossista há gente de todas etnias. “Como em todo o lado há bons e maus. Bastava que houvesse mais patrulhamento para acabar com o sentimento de impunidade”, refere Marco Almeida, funcionário de uma das lojas a O MIRANTE. Os corredores estreitos e a grande quantidade de lojas dentro do centro faz com que estejam reunidas as condições ideais para os agressores não serem identificados, explica um comerciante chinês ao nosso jornal.ATACADO NA ZONA DE CARGAS“Só descobri o que se passava quando vim à camioneta buscar mais material e vi o senhor numa poça de sangue a dizer que ia morrer”, conta um comerciante. Pelas 11h00 de quinta-feira, 26 Maio, o homem de 80 anos, de Évora, foi às compras no centro grossista. Estacionou o jipe nas traseiras do edifício, junto a uma porta de cargas e descargas. À saída terá sido atacado por três indivíduos que lhe queriam roubar um fio de ouro e a carteira. O homem ofereceu resistência e acabou esfaqueado com gravidade no pescoço. Os autores do crime fugiram. O esfaqueamento ocorreu junto à viatura. “Ele arrastou-se para o interior da loja para pedir ajuda e fomos nós que ligámos para os bombeiros”, conta António Ferreira. Pouco depois a assistência médica estava no local. O ferido foi transportado para o Hospital de Vila Franca de Xira mas devido à gravidade dos ferimentos acabou por ser transferido para o Hospital de Santa Maria em Lisboa.“Foi um milagre não ter morrido. Perdeu muito sangue. Nunca tinha visto nada assim”, acrescenta outro funcionário. O caso está entregue ao núcleo de investigação criminal da GNR.A GNR lamentava em Dezembro, em declarações a O MIRANTE, a falta de colaboração da comunidade de comerciantes na prevenção da criminalidade. “A comunidade chinesa é a maior culpada dos assaltos porque é muito fechada e desorganizada. Já pedimos várias vezes para darem nomes portugueses aos armazéns ou então colocarem um número, de modo a que consigamos elaborar um mapa e em caso de urgência chegarmos mais depressa ao local. Numa área que tem imensos armazéns como é que vamos descobrir onde está aquele que tem o nome que soletram?”, questionava então a GNR de Samora Correia. Ainda assim as autoridades prometem continuar atentas ao problema.

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