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O campino que fala verdade mas nem sempre conta tudo

O campino que fala verdade mas nem sempre conta tudo

António “Colorau” tem uma colecção de mais de 140 troféus

António “Colorau”, 71 anos, é o campino que vai ser homenageado no sábado em Vila Franca de Xira, numa das cerimónias mais solenes da festa do Colete Encarnado, que decorrerá no largo da câmara, às 16h00.

Vai muitas vezes à televisão contar as experiências de vida e os valores adquiridos de um verdadeiro campino. Diz que fala sempre verdade mas nunca conta tudo. António Maria Abreu, mais conhecido por António “Colorau”, é o campino que vai ser homenageado na festa do Colete Encarnado na cerimónia marcada para sábado, 2 de Julho, às 16h00 no Largo da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira.Não sabe muito bem de onde vem o nome “Colorau”, mas pensa que seja do tio que bebia pouca água e era muito encarnado. O nome acabou por colar-se a toda a família e o campino foi baptizado de António “Colorau”. Nasceu na Casa Emílio Infante da Câmara onde trabalha até hoje, em Vale Figueira, concelho de Santarém. Largou a escola aos nove anos para ajudar o pai, maioral de ovelhas da casa. Tinha 14 anos quando foi trabalhar como cocheiro em Alpompé e foi nesta altura que começou a lidar com o gado acompanhando a tralhoada e os campinos da casa às festas e feiras onde os seus préstimos eram necessários. Ficou encarregue do gado existente na casa e também dava uma ajuda na Quinta do Castilho, propriedade dos primos onde trabalhava um irmão. Manteve sempre uma óptima relação com o patrão, o que lhe permite manter os próprios cavalos, a roulotte e a camioneta na casa. Do alto dos seus 71 anos conta a rir-se algumas das peripécias que já passou a lidar os toiros. “Estávamos a enjaular os toiros para uma corrida e o terreno, de areia, tinha buracos. O cavalo pôs um casco num buraco e caí. Levantou-se uma poeira, o cavalo fugiu para um lado, desviando a atenção do toiro e eu saí a gatinhar para outro lado”, conta. Tem pena de não ter conseguido transmitir o mesmo gosto aos filhos, que nem sabem andar a cavalo. Para si não existem bons campinos sem bons cavalos. O respeito que tem pelos cavalos é imenso e já viu a sua vida ser salva em diversas ocasiões. Desde a Corrida Livre até à Gincana dos Fardos, passando pela Condução de Cabrestos, já conquistou inúmeros prémios. Em casa tem mais de 140 taças e a esposa não tem mãos a medir para limpar o pó a tanto troféu. Participa nas Festas do Colete Encarnado há mais de 20 anos e esteve presente na sessão de inauguração da Ponte Marechal Carmona.
O campino que fala verdade mas nem sempre conta tudo

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