
Pré-escolar no Forte da Casa não encerra para evitar prejudicar a vida aos pais das crianças
Associação de Solidariedade continua à espera de apoio da Segurança Social e a acumular prejuízos
A direcção da Associação de Solidariedade Social de Apoio à Família do Forte da Casa tem um prejuízo de dez mil euros mensais com o funcionamento do pré-escolar porque a Segurança Social só comparticipa as despesas com menos de metade das crianças. A direcção da instituição chegou a anunciar o fecho da valência, mas voltou atrás na decisão.
A valência de pré-escolar da Associação de Solidariedade Social de Apoio à Família do Forte da Casa (ASSAF), concelho de Vila Franca de Xira, vai continuar a funcionar apesar de não estar garantido o apoio da Segurança Social para todas as crianças inscritas. A direcção da instituição tomou a decisão de manter o espaço a funcionar para não prejudicar os pais e está a suportar um prejuízo de 10 mil euros por mês.Em causa está o facto de o acordo assinado com a Segurança Social apenas abranger 47 das 125 crianças que frequentam o pré-escolar. A instituição tem tentado negociar o alargamento do apoio mas até agora sem sucesso. E em Junho o presidente da ASSAF, José Silva, chegou a garantir que a valência não ia abrir portas este ano lectivo. Mas agora voltou atrás porque houve uma grande procura dos pais de crianças e a direcção não podia ficar insensível à situação. O município também já contactou a Segurança Social para desbloquear a situação, mas “continuamos todos à espera que a Segurança Social nos diga alguma coisa”, refere José Silva.Nas creches e pré-escolar (jardins-de-infância) de Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) estas cobram aos pais uma verba consoante os rendimentos destes e o restante é suportado pela Segurança Social mediante acordos. Segundo o presidente da instituição, os pais de algumas crianças chegam a pagar 50 euros por mês quando os custos que elas representam são “duas ou três vezes superiores” a esse valor.“Estamos com a lotação esgotada e essa situação permite-nos sobreviver mas as dificuldades vão continuar porque continuamos a ter um prejuízo de dez mil euros mensais”, lamenta José Silva a O MIRANTE. Para o novo ano lectivo entraram 125 crianças de pré-escolar, 105 de ATL e 60 para a creche. Em Junho, José Silva confessava ao nosso jornal que estavam em curso “cortes totais” em todas as despesas supérfluas da instituição para que esta não entrasse em ruptura financeira. O novo jardim-de-infância onde é ministrado o ensino pré-escolar (crianças dos três aos seis anos) foi inaugurado em Fevereiro e a obra custou um milhão de euros. Durante a inauguração o presidente da associação disse que o novo espaço tinha sido um “presente envenenado” porque não haveria verbas para o manter em funcionamento. José Silva diz que a instituição vai “continuar a aguardar por uma resposta da Segurança Social e a viver com muitas dificuldades”. Mas com uma certeza: “vamos continuar a funcionar e a tentar ajudar as pessoas que nos procuram até não podermos mais”.

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