uma parceria com o Jornal Expresso

Edição Diária >

Edição Semanal >

Assine O Mirante e receba o jornal em casa
31 anos do jornal o Mirante

“Fico triste por ver o Alverca e o Vilafranquense em divisões tão baixas”

Pedro da Silva Torrão regressou ao clube onde começou a carreira aos 10 anos de idade

Nasceu na Alemanha mas desde os três anos que vive em Vila Franca de Xira. Começou a jogar no União Desportiva Vilafranquense e vestiu a camisola de vários clubes da primeira divisão. Aos 28 anos recebeu um convite para ir jogar para o Chipre. Aos 34 anos regressa ao concelho para terminar a carreira no clube que o viu dar os primeiros toques na bola.

Aos 34 anos o médio defensivo Pedro Torrão regressou ao concelho de Vila Franca de Xira para terminar a carreira no clube que o viu dar os primeiros toques na bola, o União Desportiva Vilafranquense (UDV).Para trás fica uma carreira marcada pelas aventuras da primeira liga e do futebol internacional. Aos 18 anos assinou um contrato com o Sporting Clube de Portugal e desde então nunca mais parou. Esteve no Campomaiorense e Alverca, duas equipas que na altura competiam na primeira liga. Passou pelo Leiria e o Beira-Mar. Aos 28 anos o empresário Carlos Gonçalves, que hoje representa o técnico Villas-Boas, convidou-o para uma aventura no Chipre, que Pedro Torrão aceitou. Ao longo da sua carreira foi treinado, entre outros, por Augusto Inácio, Valdemar Moreira, Vítor Manuel, Carlos Manuel, José Couceiro, Carlos Carvalhal, Diamantino e Vítor Pontes. “Comecei a jogar futebol aos 10 anos no UDV. Por incrível que pareça, naquela altura, o meu sonho era chegar ao plantel principal do clube”, conta a O MIRANTE. Pedro Torrão garante que está satisfeito com o seu percurso profissional mas confessa que gostaria de ter sido mais ambicioso. “Andei sempre pela primeira liga sem ter dado um salto para um clube que lutasse por outros objectivos, como um Braga ou um Guimarães. Se eu soubesse o que sei hoje teria feito algumas coisas diferentes ao nível da gestão de carreira. Um jogador da primeira liga com 23 ou 24 anos nem sabe o que tem nas mãos. Não sabe onde estão as oportunidades de ouro. E naquele patamar, todos os dias, em todos os treinos, pode haver alguém importante a olhar e uma carreira pode modificar-se para melhor numa questão de dias”, revela.O desafio de jogar no Omonia de Nicósia, no Chipre, foi aceite por Torrão quase de imediato. “As contrapartidas financeiras eram boas e fui à aventura. Foi uma experiência magnífica”, revela. Ao fim de três anos e meio assinou pelo AL, também do Chipre, mas uma lesão viria a acabar prematuramente com a sua aventura internacional.“Comecei a sentir dores na anca e algumas limitações para jogar, mesmo sendo pressionado para alinhar porque era capitão de equipa. Um médico suíço sugeriu-me uma operação aos 33 anos onde teria de estar parado durante seis meses e não havia garantia que pudesse voltar a jogar. Não valeria a pena”, lamenta. Um ano depois alinha no UDV para dar a despedida dos relvados. As suas duas filhas, uma de sete anos e outra de 19 meses, também pesaram na decisão de voltar a Portugal. “Fico triste por ver estes dois clubes - Alverca e Vilafranquense - em divisões tão baixas, fruto de pessoas que passaram pelos clubes e os deixaram neste estado. Espero que as coisas melhorem. Não percebo porque motivo as pessoas não se ligam ao Vilafranquense, é um clube que presta um excelente serviço à cidade e aos jovens. A equipa este ano pratica um futebol bastante interessante e decerto muita gente irá gostar do que vai ver”, refere.Arbitragem em Portugal “não é tão má como parece”Para Pedro Torrão a arbitragem praticada em Portugal é de boa qualidade. “Acho-a muito boa comparativamente com a arbitragem que tive no Chipre. Aqui os árbitros são muito mais profissionais e organizados, não tem nada a ver”, refere. Da sua carreira desportiva recorda as marcações que teve de fazer a João Vieira Pinto nos tempos da primeira liga. “Ele era terrível porque nunca parava quieto. Existem jogadores que levam uma pancada e ficam mais receosos de dividir bolas. Ele era ao contrário. Quanto mais pancada levava mais se mexia e procurava a bola. Obrigava-me a acabar o jogo completamente desgastado”, recorda.

Mais Notícias

    A carregar...