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Sardoal está em festa no fim de um Verão que poupou a floresta

Em vésperas de mais umas Festas do Concelho de Sardoal, O MIRANTE foi ouvir o que pensam os cidadãos do programa de animação musical, este ano mais modesto devido à crise, e tentou perceber por que razão este Verão foi tão pacífico em termos de fogos florestais.

Bandas da região são uma boa apostaPara um jovem de 17 anos como Pedro Dias, um cartaz com bandas da região, menos conhecidas, não deixa de ser um bom programa para as Festas do Sardoal. “Claro que se fossem artistas conhecidos, com nome, seria melhor ainda. Não sei dizer qual seria o melhor para o Sardoal ou quem gostaria de ver actuar, mas um Tony Carreira, por exemplo, chamava imensa gente”, reflecte. Por isso, não acredita que estas venham a ser festas fracas. “Julgo que vai haver adesão na mesma, aqui na zona não há muito mais pontos de interesse e as pessoas acabam por vir”.O Verão está a terminar e foi reduzido o número de incêndios florestais na região. “Para queimar já há pouco”, comenta, indicando que também existe da parte da população em geral uma maior preocupação em conservar o seu meio ambiente.Os conjuntos menos conhecidos também têm o seu públicoEntretido a folhear O MIRANTE, António Lourenço comenta que gostaria de ver nas Festas do Sardoal pessoas mais famosas. “Era melhor para a terra”, afirma. Mas a ausência de um cartaz com nomes sonantes também não lhe parece que seja um problema. “Os conjuntos menos conhecidos também trazem o seu público e pelo menos as pessoas que são da zona vêm assistir”. Gostaria de ver em palco Cristiano, um artista popular do seu agrado. “Tem actuado em várias festas da região”, diz.Quando lhe perguntam sobre o reduzido número de fogos este Verão, refere com alívio que “ainda bem” que assim tem sido. “Julgo que se deve à fiscalização e aos equipamentos que hoje existem de socorro. Também acredito que as pessoas estejam mais conscientes para os perigos desta época”, reflecte. A prata da casa devia estar sempre presente“Quando há dinheiro convida-se o que há de melhor, quando não há utiliza-se a prata da casa. Acho que é injusto. A prata da casa devia estar sempre presente”. António Mendonça expõe assim a sua opinião sobre o cartaz deste ano das Festas do Sardoal. Defensor do que há de bom na sua terra, afirma que gostaria de ver nos festejos “bandas da região que estejam a emergir, jovens, mesmo que os resultados finais não sejam os mais desejados”. Apesar de tudo, comenta que o cartaz deste ano é muito pobre e que não trará muitos visitantes à Vila Jardim.No final de um Verão com poucos incêndios florestais, António Mendonça refere que não acredita que os números resultem de uma maior prevenção. “Vê-se pelo estado das estradas”, comenta. “Julgo que foi sorte. O tempo também tem estado menos quente e as pessoas já têm alguma consciência sobre este tema”.Já não há pinheiros para cortarDesanimado, António Alves afirma de imediato que o cartaz deste ano das Festas do Sardoal “não vale nada”. São sobretudo artistas desconhecidos e mesmo sendo estas as festas do seu concelho não tenciona passar pelo Sardoal. “Gostava de ver actuar um Quim Barreiros, um Emanuel. O cartaz tal como está julgo que vai resultar em festas muito fracas, a nível de adesão”.Sobre o reduzido número de fogos no concelho este Verão, a explicação parece-lhe muito simples: “já não há pinheiros para cortar”, afirma. “Se houvesse mais pinheiros, por certo que teria havido mais fogos na região, à semelhança de outros anos”, conclui. Há menos fogos porque há menos para arder Num tempo de crise, as Festas do Sardoal também não podiam escapar aos cortes no investimento dos seus festejos. Assim pensa Carlos Oliveira, referindo que os cartazes das festas vão variando consoante os tempos de maior ou menor folga financeira. “Atendendo à crise, é justo”, refere, indicando que a presença apenas de artistas da região terá sido o programa possível. “Gostaria de ver no Sardoal o Rui Veloso, mas sabemos que são artistas que pedem cachets muito altos”, lamenta. Os artistas populares também chamam a população, mas esta não virá com o mesmo entusiasmo. Com um Verão estranhamente ameno, Carlos Oliveira refere ainda que já se colocou a si próprio a questão do porquê do reduzido número de fogos no concelho. “Se calhar resulta do facto de já não haver muito que arder, foi tudo noutros anos”, afirma. “As pessoas também estão mais conscientes. A câmara municipal tem feito um bom trabalho de alerta à população”.

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