Duas courgettes fenomenais numa horta da Barquinha
Com um chapéu de abas na cabeça, João José Pereira, 80 anos, conduz-nos aos ziguezagues pela sua horta, em Atalaia, Vila Nova da Barquinha, até chegarmos ao tesouro mais importante: duas courgettes de grandes dimensões repousam na terra dourada pelo sol. Estavam tapadas com um pano de serapilheira, para cuidar que não fossem roubadas até à chegada da repórter. Comunica-nos, meia hora depois, os números que conferem dimensão ao fenómeno: a maior tem 74 centímetros e pesa 9,5 quilos; a segunda mede 69 centímetros e pesa 8 quilos. As courgettes são da família das melancias, melão, pepino ou abóbora, frutos firmes de casca brilhante mas que se amachucam com facilidade e, por norma, não atingem muito mais de 20 centímetros.Expedito, levanta a courgette gigante ao mesmo tempo que a esposa tenta elevar a sua irmã gémea para que fiquem bem no retrato. Foi Cremilde que descobriu as courgettes, quando andava a semear o feijão. Nasceram sem que tivessem sido semeadas e, como estão um pouco duras, há dúvidas que possam ser utilizadas na cozinha. “Pensava que era uma abóbora só depois vi o que era”, diz Cremilde, 76 anos bem rijos, muitos deles passados a trabalhar no campo. Em tempo de vacas magras, ter uma horta como esta, onde se pode ver plantado de tudo um pouco, é uma riqueza. Quando aparecem fenómenos como este, os que deitam as mãos à terra sentem-se ainda mais afortunados. E João José Pereira gostou tanto de descobrir as suas courgettes que deixou a sua veia de poeta popular falar: Se nos quiserem ver e admirar/ leiam o jornal O MIRANTE/ Porque é lá que vamos estar/ Expostas como gente importante. Elsa Ribeiro Gonçalves
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