Tarifário da água no Cartaxo vai manter-se até final de 2012
Forma de actualização dos preços ainda se encontra por definir
O administrador da Cartágua confirmou que a redução das tarifas agora acordada com o município está a ser compensada com uma redução no valor da renda a pagar à autarquia.
A actualização do tarifário da água no concelho do Cartaxo, até atingir os valores recomendados pela entidade reguladora, só se fará a partir do início de 2013, não estando ainda definido como, disse o administrador da concessionária. Miguel Henriques, administrador da Cartágua (empresa detida pela Aquália e pela Lena Ambiente), disse à agência Lusa que o protocolo assinado no final de Agosto com a autarquia, depois de um processo de contestação popular pelos aumentos sentidos na factura de Junho, vigora até final de 2012, altura em que será renegociado.Questionado sobre como se fará o aumento gradual das tarifas, agora acordado, até atingirem os valores que obedeçam às recomendações da ERSAR (Entidade Reguladora dos Serviços de Água e Resíduos), Miguel Henriques afirmou que a opção foi “não prever com toda esta antecipação o ritmo de actualização do preçário”, admitindo que em Dezembro de 2012 “seja do mais baixo do país”.Miguel Henriques sublinhou que a empresa foi forçada a actualizar os preços cerca de um ano depois da assinatura da concessão, porque o concurso foi lançado pela autarquia antes da publicação do decreto-lei 194/2009. O administrador da empresa confirmou que a redução das tarifas agora acordada está a ser compensada com uma redução no valor da renda a pagar à autarquia.“Um dos factores que mais influenciaram o valor em que foram fixadas as tarifas foi o montante muito significativo das rendas a pagar à câmara, com que a Cartágua se comprometeu, e sete milhões pagos à cabeça, ainda antes de começarmos a operar”, disse, sublinhando que “o equilíbrio económico do contrato não pode ser comprometido”.Miguel Henriques referiu o “esforço financeiro que não é de todo despiciendo” que a Cartágua vai fazer, no âmbito da última negociação com a autarquia, na qual “aceitou antecipar investimentos avultados de forma a garantir um serviço cada vez melhor no menor espaço de tempo possível”.Segundo afirmou, alguns dos investimentos que vão avançar só estavam previstos para final de 2012 e alguns para 2014. Esses investimentos, disse, irão aumentar o âmbito dos munícipes cobertos pela distribuição de águas, mas fundamentalmente pelo saneamento.Referindo a diminuição dos problemas de abastecimento, críticos em algumas zonas durante o Verão, Miguel Henriques apontou ainda a redução das perdas em mais de 10 por cento (200.000 metros cúbicos/ano).Antes da concessão, “a realidade existente era preocupante e estava quase num estado de ruptura, dado que toda a estrutura estava num elevado estado de deterioração, o que comprometia a qualidade da água, como das próprias condições de abastecimento, com um caudal inferior ao exigível e dificuldades de resposta em casos de ruptura”, disse, sublinhando o investimento superior a um milhão de euros feito em menos de um ano pela empresa.Miguel Henriques contesta os críticos do modelo de concessão dos sistemas de água e saneamento, sublinhando que o que está em causa é a gestão e exploração mas não a posse da água, “um bem que continua a ser público e de todos”.
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