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Isabel Rocha dos Santos diz que não foi uma grande aluna

Isabel Rocha dos Santos diz que não foi uma grande aluna

Uma das mulheres mais ricas de Portugal esteve em Alverca para conhecer os jovens que a fundação vai apoiar

Uma das mulheres mais ricas de Portugal, Isabel Rocha dos Santos, esteve no Cebi de Alverca para conhecer os oito alunos que a Fundação Rocha dos Santos vai apoiar. São jovens que querem estudar mas que têm poucas possibilidades financeiras para o fazer (ver texto ao lado). Isabel Rocha dos Santos, accionista maioritária da Ongoing, não dá entrevistas, mas aceitou responder a algumas perguntas de O MIRANTE, confessando que não foi uma grande aluna. Não frequentou a universidade mas reconhece que a educação é um dos pilares de qualquer país do mundo.

A fundação a que preside vai possibilitar que jovens oriundos de famílias mais desfavorecidas possam estudar. A questão da educação sensibiliza-a particularmente?Acho que é uma questão das mais importantes de qualquer país. As nossas crianças além da educação académica também têm que alargar a visão. É muito importante que aprendam a ter noção de liderança. O sonho máximo é pensar que eles podem acabar o curso e que teremos ainda possibilidade de oferecer-lhes um complemento à formação no estrangeiro. Assim poderão conhecer novos mundos e regressar depois ao nosso país para nos ajudar. Darão aquilo que receberam. Orgulha-se de ter tido a possibilidade de ajudar algum jovem em particular?Somos uma fundação que está a dar os primeiros passos. Temos um ano de vida. Esta é a terceira parceria que fazemos depois de nos associarmos à Novo Futuro e às aldeias SOS. Sentimo-nos muito honrados com esta parceria que nos vai permitir concretizar os objectivos. Porquê a escolha de uma instituição em Alverca?Porque esta fundação foi criada por um senhor que infelizmente não conheci, Álvaro Vidal, mas que deve ter sido um homem com grande liderança e visão que concretizou um sonho. É um sonho deixar uma obra destas. Estou impressionada e comovida. O trabalho que a fundação desenvolve acaba por substituir-se ao do Estado que numa altura de crise até está a cortar nas bolsas de estudo…Em todos os países há fundações. Por mais que o Estado possa ajudar há sempre pessoas que precisam de outras ajudas. No Cebi vão ajudar apenas oito meninos? Foi o primeiro protocolo mas queremos vir a ajudar muitos mais. A nossa fundação não é uma fundação para ajudar crianças carenciadas a estudar, o que também seria muito bom, mas para ajudar crianças carenciadas que querem estudar e não têm essa possibilidade. É intenção da fundação acompanhar a evolução de cada um dos jovens? Faremos ponto de honra nisso. Que apoio darão a cada jovem. É por enquanto ilimitado?Se o jovem quiser fazer a faculdade e depois uma formação no estrangeiro nós vamos ajudar. Temos que trabalhar muito para ter a possibilidade de dizer que o apoio é ilimitado. Tudo tem um limite e por enquanto ainda temos o nosso limite mas vamos lutar para ter mais e trabalhar com outras entidades que nos possam ajudar. Esse apoio será direccionado para os estudos ou irá alargar-se à componente familiar?Pensamos começar a ajudar a partir do nono ano. No nono ano muitas famílias retiram as crianças do colégio. Muitas vezes não são os mais pobres. São pessoas que têm o seu negócio e precisam dos filhos para trabalhar. Neste caso estamos prontos a dar o suficiente que a criança iria render à família para o jovem poder, caso seja bom aluno, continuar no colégio. Já que falamos em educação teve, ao nível pessoal, algum marco no processo de formação? Acho que todos tivemos… Não devia dizer isto mas confesso que não fui uma grande aluna. Na minha família foram sempre muito trabalhadores e toda a vida nós tivemos o que merecemos. Quando não fazíamos, não merecíamos e não tínhamos. Fomos educados assim e tentei educar assim os que vieram a seguir a mim. Com alguma generosidade e alguma severidade. É assim que tem que ser.Fundação vai pagar estudos aos jovens e incutir-lhes a “ambição”Instituição vai acompanhar a evolução de cada um dos alunos que foi indicado pelo CebiOito jovens estudantes que já passaram pelo Colégio Álvaro Vidal da Fundação Cebi, em Alverca, vão ter a possibilidade de prosseguir estudos com a ajuda financeira da Fundação Rocha dos Santos. Os estatutos desta fundação, constituída em nome da Ongoing e da Rocha dos Santos Holding, prevêem a criação de bolsas de estudo, subsídios e prémios destinados à educação.A Fundação Cebi indica os alunos. A Fundação Rocha dos Santos paga os estudos mas não basta ter boas notas. É preciso provar que se quer singrar. A fundação Rocha dos Santos quer acompanhar de perto os alunos para monitorizar a evolução. “Vamos tentar criar a ambição de ser mais”, garantiu o vice-presidente da Fundação Rocha dos Santos, Van Zeller. “Querem ir estudar para Lisboa? Nós ajudamos a pagar o apartamento. Depois do curso querem fazer uma formação no estrangeiro? Nós financiamos”, ilustrou.Uma das “bolseiras” indicadas está já no primeiro ano da faculdade. Seis são raparigas e dois rapazes. Van Zeller admite que “elas” são mais empenhadas e estudiosas e que assegura que neste campo já passaram à frente do sexo masculino. “Talvez os rapazes desistam da escola para trabalhar seduzidos pela ideia de ganhar dinheiro”, analisa. Van Zeller lembrou ainda que nos dias que correm quem não tiver qualidades cívicas comprovadas e actividades extracurriculares vai ter muita dificuldade em encontrar emprego.O protocolo entre as duas entidades foi assinado, na presença da presidente da Fundação, Isabel Rocha dos Santos, na quinta-feira à tarde, 29 de Setembro, durante a sessão solene de abertura do ano escolar 2011/2012 da Fundação Cebi que se centrou no tema “Os grande desafios da educação”, que incluiu uma oração de sapiência de Eugénio Viassa Monteiro.A sessão encerrou com a entrega de diplomas aos alunos que figuraram nos quadros de mérito, de valor e excelência no ano lectivo de 2010/2011. “São pessoas interventivas e participativas nas actividades do colégio. Envolvem-se intensamente em tudo o que fazem. São generosos e têm um forte sentido crítico. São bons alunos”, disse responsável pela área da educação da Fundação Cebi, António Castanho, referindo-se aos alunos distinguidos“Queremos formar os líderes de amanhã mas queremos também formar pessoas com um quadro de valores sólido e que tenham confiança no desenho do seu projecto de vida”, concluiu.Para já a oferta do Cebi termina no novo ano mas a instituição tem tido pressão para que se estenda até ao 12º. “É um desafio para o qual estamos a estudar soluções”, confessou o presidente do Cebi, José António Carmo, que acrescentou ainda que a fundação acompanha os alunos depois da saída do estabelecimento o que permite aferir da qualidade do ensino na fundação.Ateneu ofereceu prémio às melhores alunas da Secundária Alves RedolO Ateneu Artístico Vilafranquense decidiu patrocinar na totalidade o prémio de mérito de 500 euros a cada uma das duas melhores alunas da Escola Secundária Alves Redol, em Vila Franca de Xira. Substituindo-se assim ao Ministério da Educação que suspendeu à última da hora a entrega do prémio pecuniário a todos o alunos do país, canalizando a verba para projectos a serem desenvolvidos nas escolas. “Fomos também apanhados de surpresa, contactamos alguns dos nossos parceiros, e o Ateneu disponibilizou-se a entregar 500 euros a cada uma das alunas. Este dinheiro serve sobretudo para ajudar as alunas a ingressarem no ensino superior e achamos que seria muito importante manter o prémio”, revelou o presidente do Agrupamento de Escolas Alves Redol, Teodoro Roque. Com o gesto do Ateneu, as estudantes Ana Madeira e Inês Velez receberam na sexta-feira, 30 de Setembro, o prémio de 500 euros por terem sido as melhores alunas a terminarem o 12º ano na Escola Secundária Alves Redol. A verba que virá do Ministério da Educação vai ser canalizada para projectos de desporto escolar. Inês Velez terminou o curso Tecnológico e Desporto com uma média de 18,2 valores e já entrou no ensino superior no curso de Ciências do Desporto na Faculdade de Motricidade Humana em Lisboa. Já Ana Madeira concluiu o ensino secundário com média de 19 valores e candidatou-se ao curso de Línguas, Literaturas e Culturas na Faculdade Nova de Lisboa. O presidente do agrupamento de escolas entregou ainda perto de 200 diplomas de diversas categorias a alunos do 5º ao 12º ano de escolaridade, que se destacaram no ano lectivo passado. Mais de 1800 alunos frequentaram as escolas do agrupamento em 2010/2011.
Isabel Rocha dos Santos diz que não foi uma grande aluna

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