Nova presidente da Junta de Vila Franca não quer estar de costas voltadas para a câmara
Ana Câncio promete continuar o trabalho de José Fidalgo na área social
A nova presidente da Junta de Vila Franca de Xira, Ana Câncio, eleita como independente pelo PS diz que ficou surpreendida com a saída de José Fidalgo do cargo, que foi quem a convidou para a política.
A nova presidente da Junta de Freguesia de Vila Franca de Xira disse a O MIRANTE após a tomada de posse no cargo que “não faz o mínimo sentido” que a câmara e a junta sejam duas instituições de costas voltadas, indicando que será um agente conciliador entre ambas. O que deixa evidenciar que a saída do seu antecessor a meio do mandato, José Fidalgo (PS), esteja relacionada com divergências políticas, apesar de não o admitir claramente. Ana Câncio diz apenas que não vai “pôr a tónica nas convergências ou divergências com a câmara municipal. Estamos todos a trabalhar para Vila Franca”, defende.Ana Câncio admite que a saída de José Fidalgo do cargo e também do tesoureiro da junta, António Vacas, deixaram-na surpreendida mas recusa comentar os conflitos internos do partido socialista. “Gosto muito de ouvir as pessoas mas numa base de alguma seriedade, nunca numa base de “diz que disse” na rua. Conheço muita gente e grupos de pressão mas não é isso que me vai tirar do sério”, garante.A nova presidente tomou posse na sessão da Assembleia de Freguesia de Vila Franca de Xira na noite de 28 de Setembro, durante a qual várias bancadas lamentaram a saída de José Fidalgo (ver caixa). A autarca diz que foi “incentivada a aceitar este cargo, que é de grande responsabilidade”. No discurso de tomada de posse agradeceu à família “porque vai sofrer com a minha falta de disponibilidade” e apelou à assembleia que, através da crítica construtiva, ajude a levar o trabalho a bom porto. Ana Câncio tem 54 anos, é natural de Vila Franca, licenciada em filologia germânica pela Universidade Clássica de Lisboa e não vai auferir rendimentos do cargo de presidente. Foi funcionária bancária e está aposentada há 16 anos. Não está filiada no Partido Socialista. “Vim para o executivo anterior a convite do José Fidalgo e não do PS”, sublinha. A presidente quer deixar as questões políticas de parte e concentrar-se nos seus objectivos que são os de valorizar a identidade de Vila Franca de Xira, apoiar as causas sociais e apostar no desenvolvimento económico. A autarca diz que os problemas sociais na freguesia tendem a aumentar e salienta o bom trabalho feito pelo seu antecessor para controlar essas situações. Ana Câncio, que já esteve ligada à Cooperativa Alves Redol e à União Desportiva Vilafranquense, tem três filhos. Gosta de passear e fazer compras na cidade “Penso que ainda se consegue andar e fazer compras em Vila Franca”, confessa. Na sua primeira assembleia de freguesia na qualidade de presidente, Ana Câncio mostrou uma postura serena e prudente.Saída de José Fidalgo deixou “instabilidade política”A saída de José Fidalgo da presidência da Junta de Vila Franca deixou a cidade num cenário de “instabilidade política”. A opinião é do eleito da assembleia de freguesia António Matos, da Coligação Novo Rumo (PSD/CDS-PP/MPT/PPM). O autarca afirmou que os pressupostos que existiam e que permitiam construir uma plataforma de representatividade e entendimento entre as duas forças políticas “ficaram diminuídas” com a saída de José Fidalgo. O bloco de esquerda, pela voz de Eduardo Sobreiro, lamentou não ter recebido informação dos motivos da saída de Fidalgo e defendeu que “o compromisso com os eleitores não pode ser tratado desta forma porque só descredibiliza a política”. Do lado da CDU o autarca Carlos Romano disse estar “perplexo” com a decisão tomada por José Fidalgo e António Vacas e criticou o Partido Socialista por não explicar publicamente as razões da sua saída. Na resposta João Trindade, do PS, afirmou não haver necessidade de “qualquer comunicação” porque os motivos para a sua saída “não tiveram a ver com questões partidárias”.
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