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Mário Saldanha

Mário Saldanha

55 anos, técnico de informação, Vila Franca de Xira

Esperei muitas vezes por colegas e amigos que foram a casas de meninas em Lisboa. E ficava à porta até que eles saíssem.

Já pensou recorrer a velas para poupar na factura de electricidade?Ainda não, mas já comecei a ter mais cuidados para evitar gastos desnecessários. Tento evitar que as lâmpadas fiquem acesas em divisões da casa onde não está ninguém e procuro substituir todas as lâmpadas incandescentes por outras que sejam mais económicas. Também tenho tentado meter as máquinas da roupa e da louça a trabalhar depois da meia-noite para aproveitar a tarifa mais barata. Temos de tomar essas pequenas atitudes hoje em dia, andamos mal habituados no que toca ao desperdício. O que me revolta são os electrodomésticos não durarem hoje tanto tempo como os electrodomésticos que eram fabricados há 20 anos atrás. As coisas hoje não são feitas para durar.O que era preciso acontecer para que cortasse o bigode?Eu tenho o bigode desde os 16 anos, as minhas filhas já não me conhecem sem ele. Já tentaram algumas vezes convencer-me a tirá-lo e continuam a dizer que gostariam de me ver sem o bigode mas a minha mulher não deixa. Diz que não consegue ver-me sem ele e eu faço-lhe a vontade (risos). Há quem diga que é um pouco antiquado, a fazer lembrar os tempos do PREC, mas eu sinto-me bem com ele. Não sei se será sexy, as mulheres é que o poderão dizer (risos).Já entrou numa casa de alterne?Não, nunca fui. É um ponto de honra e uma questão de princípio. Primeiro nunca tive qualquer interesse nessa área e depois nunca tive necessidade disso. Mas esperei muitas vezes por colegas e amigos que foram a casas de meninas em Lisboa. E ficava à porta até que eles saíssem.O que o pode irritar quando vai ao café?As discussões sem nexo. Irrita-me as conversas sem qualquer objectivo e quando isso acontece nem sequer participo nelas. É a típica conversa de café. Por exemplo, se foi penálti ou não num jogo de futebol, se era cartão amarelo ou não, aquelas coisas facciosas em que a discussão resulta em nada. Fala-se muito barato nos cafés porque as palavras não têm preço. É homem para andar à boleia se a gasolina continuar a aumentar de preço?Sou sim, sem qualquer problema. Eu sempre andei à boleia quando era jovem. Hoje em dia é mais difícil porque ninguém dá boleia, as pessoas têm medo, mas mesmo assim tento andar à boleia, sobretudo de amigos. Actualmente até ando mais a pé, que é saudável e económico. Acho que as mulheres conseguem arranjar boleia mais facilmente. Se for um homem que esteja em pé na berma da estrada dizem-nos adeus e não param.E qual é o nosso maior fado hoje em dia?É sobretudo a pobreza, em todos os campos, não apenas no campo financeiro. Também no que toca a valores e mentalidade. Estamos a atravessar uma fase em que temos de procurar em nós o melhor que cada um sabe fazer. Acho que se devia começar por acabar com a miséria e a pobreza redistribuindo melhor a riqueza existente. É um velho slogan mas é verdade, especialmente nos tempos que correm.
Mário Saldanha

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