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Clarividente Manuel Serra d’Aire

O presidente da Câmara de Torres Novas criou o Prémio Maria Lamas para premiar estudos sobre a mulher e a igualdade de género mas logo na primeira edição, e já depois de o júri ter escolhido o vencedor, descobriu que não tinha 10 mil euros para atribuir ao premiado. Se alguém precisava de um bom exemplo de como é feito o planeamento em certas autarquias, ei-lo aqui em todo o seu esplendor. E quando uma câmara já não tem 10 mil euros para cumprir um compromisso deliberado pelo executivo, então resta saber se há dinheiro para mais alguma coisa. Embora se saiba que pelo menos para um carro em segunda mão para o presidente Rodrigues conseguiu-se arranjar uns trocos no cofre da autarquia. Porque um presidente de câmara sem um BMW, um Mercedes ou outro bólide conceituado, mesmo que em segunda mão, perde estatuto e não é levado a sério. Sabes bem como o povo tem respeitinho a quem anda bem montado, bem vestido e seja bem falante. Não é por acaso que os velhinhos que ficam sem as poupanças às mãos de burlões referem sempre que nunca desconfiaram dos propósitos dos meliantes, porque os facínoras falavam bem e vinham trajados de fato e gravata. Também eu nunca desconfiei de muitos dos nossos governantes até me irem ao bolso, tão angélicos e bem compostos me pareciam. Outro caso digno de estudo passa-se ali para os lados de Tomar. Desta vez nada tem a ver com o vereador socialista Luís Ferreira nem com os subreptícios golpes palacianos que tentam tirar o presidente da câmara Corvêlo de Sousa da cadeira do poder. Após anos e anos de marginalização, Tomar já tem finalmente uma auto-estrada graças à magnanimidade do actual Governo, que transformou da noite para o dia meia dúzia de quilómetros do IC3 em A13, que é sem dúvida um nome muito mais pomposo. E a cidade dos templários pode provavelmente reclamar também o título de cidade com a auto-estrada mais curta do país e, quiçá, do planeta. Parabéns!A Câmara de Alpiarça decidiu substituir o nome do marechal António de Spínola pelo do ciclista Lima Fernandes numa rua da vila, numa decisão que remete para as célebres purgas estalinistas na União Soviética. Não é por acaso, aliás, que Alpiarça é também conhecida como a “Moscovo” portuguesa. E esta decisão, que apaga do mapa toponímico o nome do militar que foi Presidente da República no pós-25 de Abril, faz-lhe justiça, mesmo que o muro de Berlim já tenha caído há 20 anos. O PREC (Processo Revolucionário em Curso), tal como o Natal, é quando um homem quiser.Tempos de revolta vivem-se também nos Bombeiros do Entroncamento e na Misericórdia de Tomar. Este é outro caso de estudo: porque será que esse tipo de instituições são um autêntico viveiro de quezílias internas? Não seria suposto concentrarem-se em apagar fogos, socorrer doentes ou ajudar os mais necessitados? Eu se gostasse de polémicas, de guerras internas, de manobras de bastidores e de outras manigâncias filiava-me num partido político, que é o sítio adequado para viver esse tipo de prazeres. Despeço-me com um avante camarada do Serafim das Neves

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