Há um clima de tensão entre o vereador do PSD na Câmara de Azambuja, António Jorge Lopes, e os presidentes de junta das freguesias de Alcoentre e Vila Nova da Rainha, os socialistas Francisco Morgado e Joaquim Marques. Em causa estão várias declarações que o vereador colocou na rede social Facebook na internet, onde dizia que as juntas usariam carrinhas da autarquia para transportar eleitores para as mesas de voto nas eleições autárquicas.O texto colocado on-line caiu mal aos dois autarcas e Francisco Morgado, presidente da junta de Alcoentre, já expressou publicamente o seu desagrado e garantiu que vai levar o assunto à próxima assembleia de freguesia. Também o presidente da junta de Vila Nova da Rainha, Joaquim Marques (PS), ficou revoltado com a situação e espera ver o assunto esclarecido numa próxima assembleia municipal. “A nossa carrinha está avariada, andamos com uma emprestada pela câmara”, esclarece. Joaquim Marques garante que nunca transportou eleitores em dia de eleições. “Somos uma freguesia tão pequena, isso é absurdo”, conta a O MIRANTE.O vereador garante que está a ser feita “uma tempestade num copo de água” e admite que esta não é a primeira vez que o presidente da Junta de Alcoentre o tenta “atacar com factos sem interesse”. António Jorge Lopes admite ter sido mal interpretado mas diz estar tranquilo sobre a opinião que emitiu. A Comissão Nacional de Eleições não tem registo de quaisquer queixas apresentadas no concelho a respeito do transporte de eleitores nas últimas eleições autárquicas.Na rede social o vereador debate com munícipes a vitória do madeirense Alberto João Jardim, que também é acusado de ter usado carrinhas da sua campanha para levar eleitores para as mesas de voto. A dada altura o social-democrata admite que “pelos nossos lados” também há quem vá buscar os moradores a casa com carrinhas das juntas de freguesia. Questionado a especificar, António Jorge Lopes avançou com os nomes de Alcoentre e Vila Nova da Rainha.“Nunca apresentámos qualquer queixa, porque no caso específico de Alcoentre até compreendemos a necessidade de transporte de eleitores da Espinheira porque não existe lá qualquer mesa de voto. Quanto ao que se passa dentro da carrinha entre a Espinheira e Alcoentre não me pronuncio porque nunca lá fui dentro mas acho que ambos sabemos o que acontece”, afirmou o vereador na rede social. O presidente de Alcoentre considera que as declarações do vereador são “insultuosas”. O presidente da câmara da Azambuja, Joaquim Ramos (PS), optou por se manter longe da polémica, recusando tecer comentários ao episódio.