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Tribunal de Contas aprova saneamento financeiro da Câmara de Alcanena

Tribunal de Contas aprova saneamento financeiro da Câmara de Alcanena

Autarquia com luz verde para ir à banca buscar seis milhões de euros para honrar pagamentos a fornecedores de curto prazo
Alívio, muito alívio, é o que deve ter sentido Fernanda Asseiceira (PS), presidente da Câmara Municipal de Alcanena quando soube que o Tribunal de Contas tinha dado um visto favorável ao Plano de Saneamento Financeiro preparado e apresentado pela autarquia. Pode agora avançar, junto da banca, com um empréstimo de seis milhões para pagar dívidas a cerca de 200 fornecedores a 30, 60 e 90 dias, e que ascendem a esse montante. De acordo com a autarca, a câmara contratualizará os empréstimos com duas entidades bancárias que já se mostraram disponíveis: a Caixa Geral de Depósitos e o Montepio Geral. “Gostaria de, com este plano de saneamento financeiro, poder passar a pagar aos fornecedores no máximo a 90 dias, o que seria uma meta extraordinária”, disse a autarca a O MIRANTE. A notícia foi recebida precisamente no dia em que o actual executivo camarário assinalava dois anos de mandato. Durante a manhã, em conferência de imprensa, Fernanda Asseiceira frisava que a aprovação do Plano de Saneamento Financeiro pelo Tribunal de Contas era “determinante para a sustentabilidade e sobrevivência da autarquia”. Antes de saber esta notícia, a autarca mostrava-se preocupada e assumia que caso o plano de saneamento financeiro não tivesse visto favorável, “a câmara iria ter dificuldades em assumir o seu funcionamento”, colocando em causa o pagamento de investimentos em curso ou até de vencimentos de funcionários. “O nosso orçamento real é de quase dez milhões mas, vistas bem as coisas e, dado o passivo, passa para mais de 20 milhões. É este passivo que tem que ser eliminado nas nossas contas”, vincava, acrescentando que os fornecedores passavam a olhar para a câmara municipal com outros olhos. Para conseguir esta aprovação a autarca disse que implantou um rigoroso plano de controlo de despesas no último ano. “Costumo dizer que não fico muito surpresa com as medidas da troika porque ao fim e ao cabo nós já assumimos medidas de contenção de despesas anteriormente, procurando por outro lado maximizar receitas”, explicou. A autarca explicou que a situação de sufoco financeiro agravou-se com o facto de o município ver, desde Março, ficar retidos cerca de 78 mil euros mensais, na sequência de dívidas à ADSE, Segurança Social e Serviço Nacional de Saúde. “Estamos numa fase em que é terrível ser presidente de câmara”Há um ano, quando fez o balanço de um ano de mandato autárquico, Fernanda Asseiceira disse que ainda “estava a tentar arrumar a casa”. Hoje considera que a autarquia está melhor, sobretudo ao nível da reorganização dos serviços e da sua estrutura orgânica, com chefias definidas e os trabalhadores a saber qual a estratégia do município. Todos são agora avaliados de acordo com os objectivos alcançados, procedimento lançado em 2011. “Penso que já estão a vestir a camisola e tenho sentido por parte dos serviços um esforço diário de desenvolver e melhorar as suas competências. O nosso patamar de exigência é outro e foi esta familiaridade que tivemos que introduzir”, disse. Precisamente a meio do mandato, Fernanda Asseiceira desabafou “que foram dois anos que parecem vinte” numa altura em que, dada a conjuntura económica”, é terrível ser presidente de câmara”. A autarca, que sustentou a sua intervenção tendo como guião o seu programa eleitoral de 2009, refere que 80% dos projectos anunciados aos eleitores já foram lançados no terreno. Sem querer destacar um projecto em particular, Fernanda Asseiceira disse, no entanto, que a questão ambiental é estruturante para a melhoria de qualidade de vida do concelho e que deverá ficar resolvida no próximo ano. “Podem acusar-nos de tudo e de não concordar com as nossas opções mas não podem ignorar que, na realidade, este executivo trabalha de forma exigente e empenhada como nenhum dos executivos anteriores o fez. Se o tivessem feito não teríamos tanta coisa para fazer”, disse.
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