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A vivacidade contagiante de Arlinda Prior

A vivacidade contagiante de Arlinda Prior

Arlinda de Jesus Prior,78 anos, corpo franzino, baixa estatura, é dona de uma energia e vivacidade contagiante. Na vila de Benavente todos a conhecem e estão sempre a “mangar” consigo, revela. O rosto já está coberto de rugas e só graças a um comprimido “milagroso” que toma diariamente é que a dor de ossos a deixa em paz. Nada que desanime esta mulher que ainda se levanta todos os dias para ir trabalhar na Junta de Freguesia de Benavente. Não consegue viver só da reforma e o segundo ordenado que vem dos trabalhos de limpeza ajudam a equilibrar o orçamento. “Não está cansada?”, perguntamos. Sem se queixar, Arlinda é rápida na resposta: “Enquanto tiver força continuarei a vir trabalhar”. Talvez já esteja a trabalhar na junta vai para mais de 30 anos ou talvez menos, não sabe muito bem. O tempo anterior passou-o a trabalhar no campo. De sete filhos, três morreram com poucos meses de vida. Os tempos eram outros e as doenças colhiam rapidamente a vida de muitos recém-nascidos. Nessa altura, saía à noite de casa para ir roubar tábuas às obras. Só assim conseguia aquecer os filhos e cozinhar as refeições no quintal. “Pedi aos meus filhos muitas vezes para irem pedir comida, mas diziam-me que tinham vergonha”, recorda. Melhores ventos sopraram e já a trabalhar na junta passava o dia a cantarolar quando andava a varrer as ruas. Os amigos que passavam perguntavam-lhe se era uma telefonia. Diz que apesar de pobrezinha, cultivou sempre a alegria. Ninguém duvida de tal afirmação, depois de conhecer a Arlinda. Eduarda Sousa
A vivacidade contagiante de Arlinda Prior

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