“Uma machadada de consequências imprevisíveis”. É desta forma que o Bloco de Esquerda do Entroncamento classifica a redução de transferências financeiras para aquele concelho, prevista no Orçamento de Estado para 2012. A Comissão Coordenadora daquele partido lembra que o município é dos que mais cresce demograficamente no distrito de Santarém e dos que mais cobra de IRS e alerta que a verba a transferir no próximo ano, 3.185 euros só é comparável com a de há dez anos. “A valores actuais, em 2001, foram transferidos 3073 mil euros para o Entroncamento”, pode ler-se num comunicado enviado à redacção de O MIRANTE.No texto são feitas críticas aos deputados do distrito e particularmente à deputada Isilda Aguincha que também é autarca do PSD no Entroncamento. “O Bloco de Esquerda considera inaceitável que os deputados eleitos pelo distrito de Santarém permitam a aprovação final deste Orçamento. Considera ainda particularmente grave que a própria presidente da Assembleia Municipal do Entroncamento, enquanto deputada na Assembleia da República eleita pelo PSD, vote favoravelmente este corte nas receitas municipais do nosso concelho”.Para além do corte das receitas provenientes do Orçamento Geral do Estado, o BE chama a atenção para a diminuição de outras receitas municipais. “ (...) o município têm vindo a colher competências novas e, por estar dotado de novos equipamentos públicos, tem novos encargos que a sua manutenção e funcionamento. A agravar este quadro, a recessão para onde nos está a empurrar o memorando da troika servilmente subscrito por PS, PSD e CDS, está a reduzir drasticamente a cobrança de taxas e de serviços municipais”, dizem os responsáveis por aquele partido, que tem um vereador no executivo municipal e eleitos em todos os órgãos autárquicos do concelho.