O jogo correspondeu às expectativas e teve um pouco de tudo. Não teve um futebol de primeira água, mas registou-se a entrega dos jogadores de ambas equipas para tornar o jogo altamente emotivo e o registo de alguns nacos de bom futebol, fazendo vibrar o público nas bancadas. É claro que neste capítulo de público insere-se muita gente que não vai ao estádio para ver futebol ou para incentivar os jogadores da sua equipa, vão muito mais preparados para chamar nomes aos árbitros e apelar à violência.De um modo geral os jogadores portaram-se bem. Foi pena que já na segunda parte, os jogadores José Obama, do Alcanenense e João Martins, do Torres Novas tenham estragado o ramalhete envolvendo-se numa briga que obrigou o árbitro a mostrar-lhes o cartão vermelho e assim afastá-los do jogo.Depois vieram os golos, primeiro por Miguel Luz que, na marcação de um livre directo a cerca de 25 metros da baliza, fez a bola passar em arco sobre a barreira e a anichar-se na baliza defendida por Quaresma. Foi um golo de belo efeito, como poucas vezes se vê, mesmo em jogos dos escalões nacionais. Já perto do fim, uma desatenção da defensiva e do guarda redes do Alcanenense, permitiu a Pereira marcar o segundo golo e estabelecer o resultado final.A duas jornadas do fim da primeira fase da prova o Torres Novas isolou-se no comando, mas o seu treinador, Frederico Rasteiro garante com toda a propriedade que nada está resolvido. “As coisas ficam resolvidas no final da segunda fase, até lá é preciso continuar a lutar. Neste momento somos a melhor equipa da prova e as vozes que se têm levantado a dizer que o Torres Novas é beneficiado pelas arbitragens devem colocar a mão na consciência e ver o que se tem passado nos últimos jogos, onde não conseguimos chegar ao fim com a equipa completa. E sempre com jogadores a serem injustamente expulsos. Mas estamos cá para lutar até ao fim”, garantiu.Do outro lado, José Torcato afinava pela mesma bitola. “Este foi apenas e só mais um jogo. Um jogo que o Torres Novas venceu com justiça. Agora vamos para a segunda fase e temos que contar com outras equipas para as contas do campeonato”, disse.Atestado de incompetência aos árbitros do distritalA arbitragem de João Mendes não está minimamente em causa, teve uma actuação de boa qualidade, errou poucas vezes e teve um critério uniforme, não fosse ter que mostrar o cartão vermelho aos dois jogadores que foram expulsos e teria passado despercebido em campo.Quem esteve mal foi o Conselho de Arbitragem da Associação de Futebol de Santarém ao ir buscar um árbitro do nacional para arbitrar este jogo. Com isto passou mais um atestado de incompetência aos árbitros que domingo a domingo arrostam com todas as dificuldades de arbitrarem jogos nos campos de futebol do distrito.Os jogos como este Torres Novas - Alcanenense são aqueles que qualquer árbitro que luta no distrital por um lugar de subida aos nacionais gosta de arbitrar, são os jogos que dão tarimba e ajudam a ganhar confiança. Mas como é que esses árbitros podem ganhar confiança quando são os seus dirigentes os primeiros a mostrar que não têm confiança no seu trabalho. “Já em Alcanena no jogo da primeira volta o conselho de arbitragem nomeou um árbitro do nacional. Como é que nós podemos sentir-nos bem, quando somos colocados de lado, quando se trata de arbitrar jogos que realmente nos dão experiência”, dizia no final um árbitro que esteve a assistir ao jogo.