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“Tecido empresarial não aguenta mais carga fiscal”

“Tecido empresarial não aguenta mais carga fiscal”

Presidente da Nersant foi uma das intervenientes em ciclo de conferências que passou por Santarém
O tecido empresarial não aguenta mais esta carga fiscal incomportável e a falta de financiamento bancário é um dos grandes constrangimentos à gestão das empresas nacionais. A opinião é da presidente da Nersant - Associação Empresarial da Região de Santarém, Salomé Rafael, que discursou na conferência “Portugal - A Soma das Partes”, onde participou no painel intitulado “As economias regionais como factor de desenvolvimento”. Organizada pela Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas, pelo jornal Diário de Notícias e pela rádio TSF, a sessão realizou-se na manhã de segunda-feira, 13 de Fevereiro, no Santarém Hotel.Salomé Rafael salientou que as margens de lucro das empresas são mínimas enquanto os custos de produção são enormes. “A banca não tem capacidade para corresponder e injectar capital necessário na economia portuguesa para podermos exportar mais e preparar as empresas para aquilo que, de facto, será o seu futuro, que terá que ser fora do país”, alerta.A dirigente associativa sublinha que “dificilmente” uma empresa consegue ser competitiva e manter-se no mercado tendo em conta os aumentos “brutais” em comparação com o ano transacto. “É muito difícil ser empresário hoje e ter sucesso”. Salomé Rafael sugeriu a criação de fundos regionais que permitissem alavancar as empresas e a economia portuguesa. E deu como exemplos de mecanismos inovadores de financiamento a titularização de créditos e a criação de fundos de obrigações participantes.Salomé Rafael lamenta que todos os meses fechem mais empresas o que cria problemas de produtividade mas também “terríveis” problemas sociais com o aumento sucessivo do desemprego. “Não consigo perceber como é que um país onde só se corta, onde o consumo é cada vez menor e onde 90 por cento das empresas trabalham para o mercado interno pode sair da crise”, reflectiu.A dirigente associativa terminou a sua intervenção apelando à necessidade de se olhar para a economia portuguesa e para as empresas sem mais carga fiscal e sem mais custos. Salomé Rafael recordou por fim que foi criada recentemente uma nova linha de apoio às Pequenas e Médias Empresas mas que a banca não está a corresponder ao que lhe é pedido. “Tenho conhecimento que as empresas entregam os projectos e até hoje não conheço nenhum que tenha sido aprovado. Tudo isto tem que ser muito bem afinado porque a implementação dos projectos é tardia ou não acontece o que significa a destruição de muitas empresas”, concluiu.A importância do turismoO presidente do Instituto Politécnico de Santarém (IPS) foi outro dos oradores convidados do ciclo de conferências e destacou a importância do turismo para o desenvolvimento das cidades. Jorge Justino deu o exemplo do centro histórico de Santarém, referindo que o facto de não estar recuperado e de a maior parte das habitações estar abandonada prejudica a captação de turistas. “Em termos comerciais não há atractividade nem grande investimento. É uma situação que deve ser revista”, afirmou, dando Guimarães como um exemplo a seguir pela cidade escalabitana.
“Tecido empresarial não aguenta mais carga fiscal”

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