Helena Salvador, de 67 anos, que se encontrava desaparecida desde domingo, 12 de Fevereiro, foi encontrada pelos Bombeiros Voluntários de Alhandra, concelho de Vila Franca de Xira, no rio Tejo, na terça-feira, 14 de Fevereiro, por volta das 17h30. A idosa deixou um bilhete de despedida à família antes de alegadamente se ter atirado ao rio no cais de Alhandra durante a noite de domingo. Helena apresentava há algum tempo sinais de estar deprimida, segunda contam alguns vizinhos e conhecidos. “A minha mãe deixou um bilhete a pedir desculpa e a deixar beijinhos aos filhos e netos”, confirma a filha Luísa Bonifácio que na segunda-feira, 13 de Fevereiro, passou a manhã à beira do cais. Era público na vila o casamento conflituoso de Helena Salvador. Em Outubro, o marido acabou mesmo por sair de casa e ir para um lar em Samora Correia, concelho de Benavente, o que ainda a “deixou mais em baixo”, segundo Luísa Bonifácio. Helena, natural de Alhandra, passou a viver sozinha, mas recebia com alguma frequência a visita do neto e da filha. Há uns anos teve um grande desgosto quando um neto morreu de acidente de viação, tal como uma filha, vítima de doença oncológica. Na vila, alguns populares recordam-na como uma mulher que andava sempre triste. De vez em quando chegava mesmo a ameaçar que qualquer dia desaparecia. Na última semana foi vista duas vezes ao lado do armazém da “Obra da Ordem Religiosa dos Vicentinos”, perto da fábrica da Cimpor. É aqui que muitas famílias carenciadas de Alhandra vão buscar alguns alimentos que são doados pelo Banco Alimentar Contra a Fome. “Vi-a lá sentada e perguntei-lhe o que se passava. Perguntou-me se sabia onde morava a senhora responsável porque queria pedir comida. Eu como não sabia aconselhei-a a ir para casa porque estava muito frio”, confessa uma moradora que não quer ser identificada. Recorde-se que o alerta foi dado por volta das 6h00 de domingo, 12 de Fevereiro, quando foram encontrados no cais um casaco preto, um cachecol, uns sapatos, chaves e uns óculos graduados.