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Cultura e educação são aliados no combate à crise

“Bibliotecando em Tomar” decorreu na passada semana na cidade templária e juntou escritores, ensaístas, políticos e artistas
A cultura e a educação podem ajudar a ultrapassar a crise económica e social que alastra no nosso país, reforçando a identidade nacional, defenderam globalmente os intervenientes da sessão de abertura do terceiro encontro “Bibliotecando em Tomar”, que teve como tema central “Migrantes: Identidade e Alteridade”. O arranque da sessão, que reuniu dezenas de participantes, teve lugar na biblioteca do Convento de Cristo, em Tomar, no dia 2 de Maio com um momento musical protagonizado pelos alunos dos cursos profissionais de sopros da Canto Firme - Associação Cultural de Tomar. O presidente da Comissão de Honra, António Pinto da França, actual chanceler das Ordens de Mérito Civil da República Portuguesa, descreveu aos presentes a sua experiência além-fronteiras, no exercício das suas funções profissionais, revelando que estas contribuíram para o reforço da sua própria identidade enquanto português. José-Augusto França, historiador e crítico de arte tomarense, professor universitário e escritor, foi convidado para proferir a conferência de abertura, recordando que ele próprio migrou aos cinco meses de Tomar para Lisboa. O historiador, que passou por países como União Soviética, Brasil, Japão ou Grécia, saudou a escolha do tema do encontro, sublinhando que “a identidade é genética e quem a tem chama-lhe a sua alteridade”. “Eu próprio sinto-me muita vez como um alter ego de Eça de Queiroz”, revelou. O vice-presidente da Entidade de Turismo de Lisboa e Vale do Tejo, Manuel Faria, defende que a economia não se desenvolve sem cultura. “O Bibliotecando é a prova de que a cultura, a escola e a economia se estiverem remando no mesmo sentido, vão dar-nos o conhecimento indispensável para sairmos da crise”, disse.O presidente da Câmara Municipal de Tomar, Carlos Carrão, congratulou-se com a organização do encontro que reúne à mesma mesa nomes sonantes da cultura portuguesa. “O Bibliotecando deveria realizar-se na biblioteca de Tomar mas que melhor local que uma biblioteca que tem a sua história gravada na pedra, como é o Convento de Cristo, para a realização deste encontro”, retratou. “A literatura e as artes em geral desempenham um papel fulcral na construção e apreensão dos princípios conceptuais do nacionalismo”, defendeu Agripina Vieira, do Centro de Formação ‘’Os Templários’’, recordando que a história de Portugal funda-se “incessantes mobilidades, desde as descobertas até aos novos povoadores passando pelas vagas de (e)migração voluntária ou forçada ou pelo retorno de África de colonos em resultado da independência desses países”. De acordo com a mesma, o objectivo deste encontro vai no sentido de debater estas questões com a ajuda de um leque de personalidades tais como ensaístas, escritores, políticos ou artistas. A organização do evento, criado em 2010 pela Biblioteca Escolar Jácome Ratton e pela Coordenação Interconcelhia da Rede de Bibliotecas Escolares com o apoio da Câmara Municipal de Tomar e pela Entidade de Turismo de Lisboa e Vale do Tejo, estendeu-se este ano ao Centro de Formação ‘’Os Templários’’, Agrupamento de Escolas Santa Iria, Instituto Politécnico de Tomar e Convento de Cristo.

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