Abel Bento quer devolver a credibilidade ao União de Tomar
Novo presidente assentou como prioridades a resolução da dívida do clube às finanças, a mudança para uma nova sede, a aquisição de novos autocarros e a preparação das comemorações do centenário, que se assinala no próximo ano.
“O União de Tomar está hoje mais organizado e no caminho certo”. Quem o garante é Abel Bento, o novo presidente do clube nabantino que, no passado, se deparou com um grave problema fiscal, enfrentando uma dívida de 115 mil euros às finanças. A dívida tem vindo a ser saldada mensalmente, faltando liquidar cerca de 50 mil euros, e o clube, actualmente com mil sócios, já recuperou alguns benefícios fiscais. “Nos últimos cinco anos fizemos um esforço muito grande para devolver ao clube a credibilidade que já teve em tempos”, conta a O MIRANTE nas exíguas instalações onde o clube está instalado há seis anos, junto ao Estádio Municipal. Abel Bento defende que o União de Tomar - que tem em actividade cerca de 400 atletas, desde os quatro aos 60 anos - continua a ser um “clube de referência” no distrito e vai disputar a Divisão de Honra na próxima época liderado pelo novo treinador Lino Freitas. “Fomos o único clube do distrito que esteve seis épocas na primeira divisão. Mais nenhum alcançou essa proeza e isso faz com que seja um clube histórico”, atesta.Para alcançar estabilidade, a direcção teve que tomar medidas rígidas e, desde há duas épocas a esta parte, os jogadores da equipa sénior não recebem qualquer vencimento pelos seus préstimos. “Os jogadores andam aqui pelo chamado amor à camisola e isso permitiu que o clube, a nível financeiro, fizesse este acordo com as finanças”, conta. O dirigente refere que, devido ao descalabro da crise, os apoios são escassos e que “o clube não pode contar com a autarquia para nada” por causa da actual lei dos compromissos. O actual líder do União de Tomar diz que tem os pés bem assentes no chão e delineou quatro objectivos para o seu mandato de dois anos. O primeiro prende-se com a resolução total da dívidas às finanças que, apesar de estar controlada com o pagamento de 1100 euros por mês, quer ver resolvido com a maior brevidade possível. A segunda prende-se com uma nova sede, tendo sido já atribuído um espaço nas instalações da antiga Cooperativa da Nabância mas faltam fazer obras. Abel Bento diz ainda que o clube precisa “urgentemente” de arranjar novos transportes para as deslocações dos jogadores uma vez que os actuais autocarros estão a atingir o seu limite, não estando preparado para transportar crianças. As comemorações do centenário do União Futebol Comércio e Indústria de Tomar, entre 4 de Maio de 2013 a 4 de Maio de 2014, são o último objectivo de Abel Bento, ficando a preparação a cargo do conselho geral do clube que vai reunir em Setembro para esse efeito.25 anos de Festa da Cerveja Nos próximos dois fins-de-semana, 27, 28 e 29 de Julho e 1, 3 4 e 5 de Agosto o União de Tomar organiza junto ao estádio a habitual Festa da Cerveja que este ano assinala as suas bodas de prata. A câmara deliberou conceder um apoio de quatro mil euros, quando houver verba disponível. “Estão a atribuir-nos um subsídio que nem sequer sabemos se vamos receber. Acho mal porque acabamos por substituir a câmara nas actividades de Verão, trazendo muita gente a Tomar durante os dez dias de festa”, atesta Abel Bento, acrescentando que só para o aluguer do palco e das cozinhas os quatro mil euros não chegam. “A festa continua a ter procura mas os consumos de cerveja diminuíram bastante devido à crise. O ano passado sobraram-nos 1200 canecas, uma quebra de 30 a 40 por cento. Temos pena porque era um dos grandes suportes financeiros do clube”, refere. Um homem do associativismoAbel Bento, 49 anos, comercial na empresa Diamantino Coelho e Filhos, desde 1984 que anda nas lides do associativismo tendo passado pela Sociedade Filarmónica Gualdim Pais, pelo Clube Amadores de Pesca e está ligado ao U. Tomar há mais de dez anos. Nas últimas duas direcções assumiu os cargos de vogal e vice-presidente, tendo sido eleito presidente, numa única lista, do União de Tomar a 9 de Julho. “Quem não gosta de fazer isto não está cá. Sacrificamos a família, prejudicamos o trabalho e criam-se inimizades porque não se consegue agradar a toda a gente, mas fui convidado e aceitei. Tenho aqui um filho de 18 anos que joga desde os seis no U. Tomar “, sustenta.
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