No I Derby Columbófilo de Riachos os pombos da casa foram os mais rápidos a regressar
Participaram 261 inscritos e 376 borrachos, pombos com três e quatro meses, que voaram cerca de 350 quilómetros desde Espanha até Riachos.
Pode ser coincidência mas os pombos da região e, em particular, os de Riachos, foram os mais rápidos e que melhor se orientaram no I Derby Columbófilo organizado pela Sociedade Columbófila de Riachos (SCR). O primeiro e quarto lugar foram para pombos de Fernando Caniço, que ainda teve pombos seus dados a outros competidores, colocados no sétimo e oitavo lugares.A prova levou à vila do concelho de Torres Novas 261 inscritos e 376 pombos, durante o sábado na quinta do Casal das Flores, em plena festa da Bênção do Gado.A partir das 10h30 muitos olhavam para o ar há espera de ver os primeiros pombos a chegar desde Maqueda (Espanha), a 350 quilómetros de distância, para onde foram transportados na noite anterior. Foram largados às seis e meia da manhã e tardavam em chegar. O calor apertava e os pombos deviam vir mais devagar, diziam alguns. Numa cerca vedada foram construídos pombais de madeira especificamente para a competição, onde as aves puderam descansar, comer e beber após a chegada. Perto das 11h30, alguém grita: “Vêm aí!”. Chegam os dois primeiros pombos isolados do restante bando. Dentro da cerca, um homem com um apito, da organização do Derby, vai fazendo soar sons cadenciados para orientar as aves. As duas aterram numa plataforma de madeira que conduz à entrada num dos pombais. Hesitam em entrar ainda durante bons segundos até que uma decide que é tempo. Está encontrado o pombo (até foi uma pomba) vencedor que dá a quem o inscreveu um primeiro prémio de quatro mil euros.Fernando Caniço, proprietário de um restaurante-churrasqueira em Riachos, é o vencedor do Derby. Em segundo ficou o pombo da Asas da Broa, da freguesia de Azinhaga. Fernando Caniço foi campeão distrital duas épocas consecutivas em 2010 e 2011 e já foi 2.º e 3.º classificado do campeonato nacional de fundo, para distâncias superiores a 750 quilómetros. Esteve ocupado durante a manhã a assar febras e entremeadas para o público presente, que se aviou bem cedo com imperial e pão como acompanhamento. Mas como é que se escolhem os pombos para as competições? Fernando Caniço diz que não se podia por o Carlos Lopes a correr os 100 metros em vez da maratona, tal como se faz com os pombos que tem à disposição. “Temos pombos mais rápidos e mais lentos, o que se afere pela origem e pelo pedigree. A pomba que venceu é filha da campeã distrital da Sociedade Columbófila de Riachos”, refere Fernando Caniço.Até à hora de almoço pouco mais de 50 pombos tinham chegado aos pombais. Muitos perdem-se pelo caminho ou têm percalços como aconteceu com um pombo que vinha a chegar ao destino e foi atacado por um milhafre em pleno voo perante o olhar do público presente.No final do Derby os pombos são leiloados e Fernando Caniço diz que vai tentar comprar os melhores da corrida para que as aves protagonizem cinco corridas de fundo em provas distritais do próximo ano.João Ferreira participou com seis pombos seus e ofereceu mais 30 a outros concorrentes. Obteve 10.º e 28.º, mais um 13.º entre os pombos que ofereceu. Foi campeão distrital de velocidade em 2012 e na SCR e tem um pombal com 200 pombos. “Desde 2003 fui três vezes campeão da colectividade e várias vezes campeão distrital e vice-campeão nacional de fundo em 2009. O sucesso do pombo depende do pedigree, mas também da correcta ração dada. A alimentação é muito importante em concursos de longa distância. É como trabalho nas boxes de uma corrida e depois o piloto tem de se desenrascar”, conta João Ferreira.Para a história do Derby fica o primeiro lugar da pomba de Fernando Caniço, o segundo lugar para o pombo da equipa Asas da Broa, da Azinhaga, e o terceiro, para o pombo do restaurante José das Enguias, da Brogueira, Torres Novas.Dedicação dos sócios e apoio da comunidade localO derby resulta do esforço dos sócios da Sociedade Columbófila de Riachos. Com uma tasquinha na festa da Bênção do Gado, angariam receitas nos comes e bebes. O almoço servido no Derby foi gratuito mas os pombais em madeira custaram cerca de 30 mil euros. Uma carpintaria da terra apoiou com a mão de obra, mas também contaram os patrocínios e a dedicação do pessoal ligado à SCR. No leilão dos pombos, que se seguiu à corrida, metade reverte para o clube e a outra metade para o dono da ave. “Há uns anos, sem crise, um pombo podia valer cinco mil euros. Hoje vende-se no máximo por 500 euros, como aconteceu recentemente no Cartaxo”, conta Fernando Caniço.
Mais Notícias
A carregar...