Recheio da Adega Cooperativa de Tomar arrematado por 260 mil euros
Instalações devolutas, com um preço base de 490 mil euros, ficaram por vender.
Um empresário de Torres Vedras, que se dedica ao negócio de sucata, adquiriu todo o recheio da Adega Cooperativa de Tomar por 260 mil euros durante o leilão público que se realizou na semana passada. Maquinaria, mobiliário, viaturas automóveis e até embalagens de vinho foram arrematadas num único lance, frustrando as expectativas de mais de cem pessoas que ali se deslocaram para participar no leilão. Os edifícios da adega, com todos os bens móveis incluídos, foram os primeiros a ser leiloados. O preço base era de 672 mil euros mas houve apenas o registo de uma oferta de 450 mil euros que foi considerada insuficiente pela comissão de credores pelo que se partiu para a venda fraccionária, ou seja, lote a lote. Antes, porém, foram colocados à disposição para leilão todos os bens móveis que receberam várias propostas por parte do público, sendo a mais elevada de 260 mil euros. O leilão terminou de forma bastante rápida, tendo o público dispersado em seguida. “Venham cá daqui a seis meses ver o estado em que vão estar as instalações. Ninguém quer comprar paredes sem nada lá dentro”, desabafou um dos participantes à saída. Ex-trabalhadores emocionadosAntes do início do leilão, O MIRANTE encontrou cerca de uma dezena de antigos trabalhadores da adega que estavam visivelmente emocionados com este desfecho. Edite Pereira, da comissão de credores, trabalhou durante 45 anos nos escritórios da adega. “Dói-me o coração ver tudo isto ir para o ar”, desabafou ao lado do administrador da insolvência, Maia Pinto. João Ferreira, 36 anos, trabalhou 20 anos na área da manutenção. “É triste ver isto a cair aos bocados. É um dia marcante. Durante uns tempos ainda tínhamos esperança que isto se aguentasse mas, no início do ano passado, vimos que não havia qualquer hipótese e tivemos que tomar a iniciativa de avançar para a insolvência”, disse.A Adega Cooperativa de Tomar foi constituída a 22 de Junho de 1957, tendo iniciado a sua actividade em 1965. Com um total de 800 sócios, abrangia os concelhos de Tomar, de Torres Novas, a freguesia de Chãos (concelho de Ferreira do Zêzere( e ainda a freguesia de Alburitel, no concelho de Ourém. Fechou portas em Março de 2011, com um volume total superior a 3 milhões de dívidas e atirou para o desemprego 17 pessoas que, para além de dois meses de ordenados em atraso ainda não receberam as indemnizações pelos anos de serviço.
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