Uma mulher de desafios a quem não faltam projectos
Susana Duarte é directora técnica do Lar São Salvador, em Santarém
Os seus dias são divididos entre o lar e a sua vida pessoal. Nos tempos livres dedica-se à dança de sevilhanas para descomprimir do stress do dia-a-dia.
Susana Duarte é uma mulher de desafios e projectos não lhe faltam. Licenciada em Psicologia, é directora técnica do Lar São Salvador, em Santarém, desde 2009, embora esta não tenha sido a sua primeira actividade profissional. Natural de Torres Novas foi viver para Salvaterra de Magos bem nova. Iniciou o seu percurso profissional na Escola Profissional de Salvaterra de Magos, onde dava aulas. Um projecto que considera ter sido muito gratificante pelo convívio com os alunos. “É muito gratificante encontrá-los hoje nos seus locais de trabalho e constatar que sabem um bocadinho daquilo que lhes ensinei. É muito bom”, refere.Entretanto foi supervisora em telemarketing, desempenhou provas de selecção e concluiu um curso de Medicina Tradicional Chinesa (MTC), área pela qual se diz apaixonada e que espera um dia vir a exercer, se possível a tempo inteiro. Quando ficou grávida interrompeu o percurso profissional e na altura em que recomeçou a procurar emprego surgiu a possibilidade de dirigir o Lar de São Salvador. Actualmente, reside em Santarém e os seus dias são divididos entre o lar e a sua vida pessoal. Nos tempos livres dedica-se à dança de sevilhanas para descomprimir do stress do dia-a-dia.A directora técnica conta a O MIRANTE que se licenciou em Psicologia porque sempre foi a conselheira das amigas e achava que tinha jeito. Sempre que havia um problema era consigo que desabafavam. Ainda frequentou o primeiro ano de Ciências da Comunicação com o objectivo de seguir jornalismo mas percebeu que aquela não era a sua área. Apesar de tudo ainda gostava de concluir o curso para adquirir mais conhecimentos. Seguiu Psicologia porque gosta do contacto com as pessoas e de poder orientá-las.Susana Duarte adora o que faz e que os seniores são a sua paixão. O que mais a fascina é apoiar os idosos na última fase das suas vidas proporcionando-lhes o maior bem-estar possível e promover o convívio e animação entre utentes. Os seus dias nunca são iguais. É a directora que tem a seu cargo fazer toda a gestão do lar. Quando chega à sala de convívio dos utentes a sua preocupação é saber se estão bem, se têm falado com as famílias. “É muito importante perceber que eles não estão tristes”, diz.Outro dos motivos que a fez vir para esta área é saber que é uma companhia para os utentes, que adoram conversar. “Mesmo sendo visitados pela família regularmente sentem-se sempre sozinhos. São mais introvertidos e sentem-se indefesos perante a proximidade da morte. Mesmo tendo apoio familiar sentem-se sozinhos porque depois de muita actividade ao longo da vida vêem-se mais parados e sentem-se inúteis”, refere.Para combater esses estados de espírito, o Lar São Salvador organiza diversas actividades lúdicas que os mantêm ocupados. Nem sempre é fácil tirá-los do sofá mas com esforço lá acompanham as funcionárias nas brincadeiras e actividades. Susana Duarte confessa que é impossível não criar laços de amizade com os utentes e que quando se perde um utente é como perder alguém de família. “Nessas alturas tem que haver sabedoria para nos distanciarmos. Vivo à medida do presente tendo em conta que a todo o momento algum deles pode falecer. Tenho noção que são utentes e não familiares mas custa sempre um bocadinho quando os perdemos e ter que dar a notícia à família é muito complicado”, explica.Com a MTC Susana Duarte aprendeu que na China consideram os anciãos como sábios. Muitas vezes fala com as utentes sobre assuntos pessoais e elas dão-lhe conselhos muito engraçados devido à experiência que passaram ao longo da vida. A directora técnica considera que para se ser bom profissional é necessário ter a humildade de reconhecer que todos os dias aprendemos um bocadinho mais. “Aprendemos sempre com os idosos”, reflecte.
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