Milho está a ganhar terreno a outras culturas na região
Regista-se um aumento da área de cultivo devido ao aumento do preço ao produtor
Vasco Cid, director da CADOVA, diz que o milho continua a recuperar terreno que foi ocupado pelo tomate e arroz. O início da colheita está marcada para dia 3 de Setembro.
A cultura do milho na região deve voltar a ter este ano um crescimento, continuando a tendência dos últimos tempos, em que a área de cultivo tem vindo a aumentar. As expectativas são de Vasco Cid, director da CADOVA - Cooperativa Agrícola do Vale de Arraiolos, uma associação que recebe, faz a secagem e comercializa o produto dos seus associados. Este crescimento deve-se, segundo diz, ao preço de compra ao produtor, que está a aumentar também porque há uma procura maior no mercado e a oferta estrangeira diminuiu. Segundo Vasco Cid, a seca que se registou em Portugal não afectou muito a cultura de regadio da região. “Apenas alguns agricultores foram obrigados a baixar os seus furos mais alguns metros, mas houve sempre água para regar”, garantiu a O MIRANTE. As culturas na região do Ribatejo estão num estado normal, e prevê-se uma boa produtividade para a campanha que se avizinha. “Não temos dúvidas de que vamos ter uma boa colheita e com preços a subir para níveis que eram quase impensáveis há dois ou três anos atrás, o que vai trazer um maior rendimento aos agricultores. É uma situação boa para a região, já que promove o desenvolvimento da agricultura e ao mesmo tempo há uma produção de riqueza que fica nesta zona”, diz Vasco Cid.Em termos de crescimento da cultura na região a longo prazo, Vasco Cid salienta que não é possível fazer previsões porque hoje tudo é muito imprevisível. “Não sabemos se o próximo ano vai ser tão bom em termos de preços como estes dois últimos anos. Nós fazemos também a ponte entre os agricultores e os armazenistas e estes já começam a ter dificuldades em comprar milho ao preço a que está”. Além disso é preciso conhecer a política da União Europeia para os próximos anos. No entanto, realça, “temos os índices de produtividade no milho dos mais altos do mundo”. Mas, em comparação com outros países, Portugal tem custos de produção (fertilizantes, pesticidas, combustíveis) superiores. A única coisa competitiva é a mão-de-obra, considera.Embora não reconheça que o aumento da área de milho cultivada aconteceu em detrimento de outras culturas, Vasco Cid admite que a cultura do tomate teve uma redução de cerca de 10 a 15 por cento. “Não quer dizer que essa área tenha sido toda aproveitada para semear milho, até porque as duas culturas decorrem na mesma época temporal, Penso é que algumas áreas que estavam algo abandonadas foram este ano aproveitadas para fazer milho. Houve efectivamente um incremento grande do milho aqui na região”.O problema maior na questão dos cereais foi a muito menor produtividade de outras culturas cerealíferas. Os cereais de sequeiro tiveram áreas muito pequenas e a produtividade foi muito baixa. O trigo, a cevada e o centeio ficaram muito abaixo do que era expectável. “São áreas que têm tido níveis de rendimento muito baixos. É necessário aumentar os apoios para estas áreas e temos que aumentar as áreas de regadio para podermos duplicar as áreas de milho”, disse Vasco Cid.
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