Não há sonho maior para Tiago Santos e Pedro Noronha do que ser matador de toiros. Os dois alunos da Escola José Falcão, de Vila Franca de Xira, querem ser figuras do toureio e já contam com triunfos acumulados nas várias corridas em que participaram. Na última semana Pedro Noronha triunfou na noite do Campo Pequeno. Tiago Santos brilhou em França há alguns meses. Ambos apaixonaram-se pela tauromaquia há muitos anos por culpa de familiares mas dizem, com um sorriso, que grande parte da responsabilidade cabe a Vila Franca de Xira, uma das cidades com mais aficion do país, garantem. “Em miúdo vinha sempre a Vila Franca ver a festa e as corridas. Seduzia-me”, conta Tiago Santos a O MIRANTE. Nasceu no Montijo, tem 19 anos e está na escola de Vila Franca há dois anos. “Em Portugal é o melhor sítio para se aprender a tourear”. O segredo, dizem, está no professor, que não é brando. “Victor Mendes é muito exigente e um dos melhores”, enaltece. Tiago Santos confessa que não costuma participar nas esperas que se fazem pelas ruas mas não dispensa ir à Feira de Outubro e sobretudo assistir às corridas que se fazem na Praça de Toiros Palha Blanco. Pedro Noronha, 18 anos, é um lisboeta que já se rendeu igualmente a Vila Franca de Xira. “Gosto muito da cidade. Apanhei o gosto pelos toiros desde pequeno e estou na escola há cinco anos. Vila Franca é uma terra onde somos sempre bem recebidos. É uma cidade muito acolhedora”, confessa. Vem à Feira de Outubro sempre que pode, sobretudo ver as corridas na praça. “O melhor momento da minha carreira até agora foi aqui em Vila Franca na corrida do ano passado”, recorda. Pedro Noronha confessa que não participa nas esperas que se fazem pelas ruas mas enaltece a forma como as gentes da terra vibram com os toiros. “Aos alunos da escola as pessoas dão ainda mais apoio”, conta. Escola de Toureio José Falcão é a escola mais antiga do país. Foi fundada em 1984 e usa o nome de um dos maiores matadores de toiros portugueses. José Falcão, recorde-se, morreu em 1974 na arena de Barcelona depois de ser perfurado numa perna pelo toiro que lidava. Poderia ter sobrevivido se tivesse recebido apoio médico, mas optou por continuar na praça e matar o toiro que o feriu, Cucharero, antes de se submeter aos cuidados médicos. Morreria poucas horas depois, no dia 11 de Agosto.