Sousa Gomes amuou com o seu vice-presidente e falta à assembleia municipal
Por causa de pontos de vista diferentes sobre candidatura a programa para pagar dívidas
O presidente da Câmara de Almeirim desentendeu-se com o seu vice-presidente por causa da necessidade da autarquia candidatar-se ao Programa de Apoio à Economia Local (PAEL) momentos antes do início da assembleia municipal e não compareceu na sessão, na sexta-feira, 28 de Setembro. Foi o vice-presidente do município, Pedro Ribeiro (PS), que prestou os esclarecimentos e respondeu às perguntas em nome do executivo na reunião da assembleia. Sousa Gomes confirma que quando comunicou a Pedro Ribeiro a sua proposta para aderir ao programa não gostou da forma como este colocou algumas questões e que ficou chateado, mas realça que o ter faltado à assembleia foi uma atitude extemporânea. O presidente sublinha ainda que o desentendimento com Pedro Ribeiro foi uma situação pontual e que não é motivo para andarem de costas voltadas. A situação decorreu do facto do vice-presidente ter questionado a necessidade de se recorrer ao programa, que no fundo é um empréstimo para saldar dívidas a fornecedores com taxas de juro a rondarem os 4,5 por cento quando a autarquia tem dinheiro em caixa para saldar os montantes. Neste momento, segundo a documentação distribuída aos deputados da assembleia municipal, a autarquia tem um total de 1,5 milhões de euros de dívidas a fornecedores, mas tem disponível um saldo de 2,5 milhões de euros no banco e ainda tem a receber 667 mil euros de financiamento do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN). Contactado por O MIRANTE, Pedro Ribeiro diz que pela sua parte entende que não houve qualquer tipo de divergência, mas uma troca de pontos de vista “que ficaram resolvidos”. O vice-presidente, que tem sido apontado como o candidato do PS à presidência da câmara nas eleições do próximo ano, acrescenta que “uma prova de que a situação ficou resolvida foi o facto de ter votado a favor da candidatura ao PAEL” a exemplo de todos os vereadores socialistas, na reunião do executivo de segunda-feira, 1 de Outubro. A que não será alheia a solidariedade política e institucional. O vereador da CDU, Aranha Figueiredo, votou contra considerando que este programa criado pelo Governo visa suprimir os cortes que este fez nas transferências para as autarquias, em condições que prejudicam as populações. E que tem por grande objectivo a nível nacional resolver as dívidas dos municípios às empresas municipais e públicas, nomeadamente à Águas de Portugal, para esta depois ser privatizada. Sousa Gomes concordou em parte com a posição do vereador comunista, mas justificou que com este empréstimo pode aproveitar algum do dinheiro do orçamento que ia para pagar dívidas para fazer pequenas obras. O que para Aranha Figueiredo significa criar mais passivo.
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