Vereadores do PS de Tomar a duas vozes
Partido critica José Vitorino que votou ao lado da gestão PSD na candidatura da autarquia ao PAEL
A discrepância de opiniões entre os dois vereadores do Partido Socialista de Tomar, José Vitorino e Luís Ferreira, já se vinham sentindo em algumas reuniões de câmara mas a ruptura aconteceu na reunião de câmara de quinta-feira, 27 de Setembro, na sequência da votação da candidatura do município ao Programa de Apoio à Economia Local (PAEL). José Vitorino votou a favor, ao lado do PSD (que gere a autarquia em minoria desde que a coligação PSD-PS terminou em Novembro de 2011), e Luís Ferreira votou contra, lendo uma declaração de voto “formal” em nome do PS. José Vitorino considerou esta atitude como uma “usurpação de representatividade democrática”, discordando da declaração de voto ser titulada como “Declaração de voto do Partido Socialista”. Advertindo Luís Ferreira para que corrigisse o título, e como foi ignorado, José Vitorino viria a ler, mais tarde, uma declaração para a acta referindo que “existiu uma vontade de coacção ao seu direito de opinião, sentido de voto e liberdade de opinião”. Acrescentou ainda a intenção de “desenvolver os procedimentos necessários, pela via judicial, com vista a que a declaração de voto seja retirada da acta por ferir os mais elementares direitos democráticos”. José Vitorino não ficou até ao final da reunião, alegando problemas de saúde, agravados pela intensidade emocional vivida ao longo do dia. Após uma reunião realizada na noite de sexta-feira, 28 de Setembro, o secretariado do PS decidiu que, a partir de agora, vai passar a ser o vereador Luís Ferreira a coordenar o trabalho político em articulação com o partido. A presidente da concelhia socialista de Tomar, Anabela Freitas, considera “grave” a atitude de José Vitorino uma vez que se recusou a seguir a intenção de voto do seu partido e afirmando que ao viabilizar a adesão da autarquia a um novo empréstimo de 3,6 milhões de euros está a contribuir para o agravamento do endividamento do município, contrariamente ao que o PS pretendia. “Em política, como na vida, todos os actos têm consequências”, disse Anabela Freitas a O MIRANTE. A comissão política do PS vai reunir novamente no dia 12 de Outubro para analisar o caso, não estando afastada a retirada de confiança política ao vereador, que foi cabeça de lista pelo PS nas autárquicas de 2009 é militante do partido desde 2005.
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