A Câmara Municipal da Chamusca assumiu a devolução de 195 mil euros à União Europeia atribuídos à Sociedade Parque Almourol para serem investidos na construção do Centro de Formação Outdoor da Carregueira, projecto que ficou a meio e nunca chegou a funcionar. Na reunião da Assembleia Municipal da Chamusca realizada a 28 de Setembro, o eleito do PSD, Rui Rufino, pediu esclarecimentos sobre a situação. “A Câmara da Chamusca faz parte da Sociedade Parque Almourol juntamente com as câmaras de Constância e da Barquinha e também com a Nersant. Porque é que tem que ser apenas a Chamusca a devolver o dinheiro de uma obra que correu mal e nunca foi terminada?”.Na ausência do presidente da câmara, por motivo de doença, respondeu o vice-presidente Francisco Matias (CDU) garantindo que a autarquia assumiu a devolução desta verba, em prestações, para não colocar em causa futuros financiamentos para a câmara ou para outras entidades. “Assumimos este compromisso com a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo porque achámos que não devíamos deixar este processo ir para acção coerciva”.Rui Rufino não ficou satisfeito com a resposta e mostrou-se preocupado com a falta de solidariedade dos restantes parceiros da sociedade, voltando a acentuar a pergunta de por que razão os outros ficaram de fora. Francisco Matias voltou a não responder em concreto limitando-se a dizer que “foi uma obra aprovada pela assembleia que correu mal e a câmara entendeu assumir a devolução”.Perante o silêncio das restantes bancadas o eleito do PSD reforçou a sua preocupação sobre o assunto. Tanto mais sabendo-se que existe ainda um litígio com a Construtora do Lena que reclama o pagamento de mais de 450 mil euros de pagamento de obras feitas naquele espaço. Rui Rufino perguntou se a câmara também vai assumir o pagamento dessa verba e da indemnização que a empresa irá pedir.Francisco Matias deu mais meia resposta. “O que está aqui em discussão e foi assumido pela câmara é a devolução dos 195 mil euros. Este é um compromisso assumido. Quanto ao resto existe efectivamente um litígio que está por resolver. Na câmara foi falado num possível aproveitamento do que resta das instalações e a compra do terreno para ali instalar a comissão de gestão do Eco Parque do Relvão, mas não há compromisso nenhum sobre isso”.“Há neste caso muitos processos por fechar e muitas verbas para repor. O PSD estranha esta falta de solidariedade entre os elementos da Sociedade Parque Almourol e é contra o facto de ser a Câmara da Chamusca a única a fazer a devolução. Ficamos muito preocupados com as restantes situações que há para resolver. E também com a falta de esclarecimentos do vice-presidente”, disse Aurelina Rufino.Na votação realizada depois da discussão onde a CDU se manifestou apontando que a câmara se está a portar como uma pessoa de bem e a assumir um compromisso para que ninguém seja prejudicado, a proposta foi aprovada com os oito votos a favor da bancada da CDU, a abstenção de nove eleitos do PS e um do PSD, e quatro votos contra do PSD/CDS.