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Dois homens morrem debaixo do comboio no mesmo dia perto de Riachos

Dois homens morrem debaixo do comboio no mesmo dia perto de Riachos

Segundo fonte policial, o primeiro caso configura um cenário de suicídio mas o segundo tratou-se de um acidente. Vítimas são da Chamusca e da Golegã.

Dois homens, de 38 e 48 anos, perderam a vida no domingo, 30 de Setembro, no intervalo de poucas horas e em idênticas circunstâncias, ao serem colhidos por dois comboios que circulavam na Linha do Norte perto do apeadeiro de Riachos-Golegã, no concelho de Torres Novas. Segundo fonte policial, o primeiro caso configura um cenário de suicídio mas o segundo tratou-se de um acidente. O primeiro acidente deu-se pelas 12h35 e vitimou Joaquim Ildefonso, 38 anos, natural do Chouto, Chamusca, e residente na localidade de Peso, onde este concelho confina com o de Abrantes. Manobrador de máquinas, o homem vivia em união de facto, relação da qual tinha um filho menor. A companheira tinha ainda dois filhos de uma anterior relação. De acordo com o apurado, o homem deixou a viatura nos arredores e acabou por ser colhido na linha-férrea a cerca de dois quilómetros do apeadeiro Riachos-Golegã, em Torres Novas, em frente à antiga empresa de Cosmética Trim’s. José Razões, adjunto dos Bombeiros Voluntários de Torres Novas, referiu a O MIRANTE que, dada a violência do impacto, o corpo do homem ficou desmembrado em três partes, que ficaram espalhadas ao longo de um quilómetro na linha-férrea. Alguns curiosos deslocaram-se ao local e ficaram impressionados com o cenário, com as equipas de socorro a recolherem com uma maca as partes do corpo. O comboio, vinha no sentido Lisboa-Entroncamento e transportava passageiros mas nenhum recebeu assistência psicológica por parte das equipas médicas que se deslocaram ao local. A GNR de Torres Novas tomou conta da ocorrência e encontrou a carteira da vítima, contactando a família. Horas mais tarde, pelas 21h00, o militar da GNR Argemiro Manuel Ameixa Rolhas, de 48 anos, residente na Golegã, preparava-se para apanhar o comboio até Braço de Prata, Lisboa, onde trabalhava na unidade de segurança e honras de Estado que entre outras missões faz segurança a altas entidades. Solteiro, sem filhos, residia com a mãe na vila ribatejana onde todos o conheciam como “Rolhas”. De acordo com o testemunho recolhido na manhã seguinte, o homem, que apresentava algumas dificuldades de locomoção, viu um comboio aproximar-se (no sentido Entroncamento-Lisboa) e, pensando tratar-se do seu, acelerou o passo para passar para o outro lado da linha. “Ainda gritaram para que parasse mas acabou por ser colhido e projectado”, contou a mesma fonte. O militar acabou por falecer a caminho do hospital. Placa de homenagem evoca memória de ferroviário falecidoEstas duas mortes na estação de Riachos-Golegã fazem recordar o sucedido em Junho de 2010 quando três pessoas morreram colhidas por um comboio Sud Express que circulava a 160km/hora nessa zona. Uma delas era um funcionário da REFER, de 38 anos, casado e com dois filhos, que tentou salvar um casal de irmãos que atravessava a linha. No apeadeiro foi colocada, pela REFER, uma placa de homenagem a Fernando José Rico de Matos “profissional digno e generoso, prematuramente desaparecido em 9 de Junho de 2010”. Alguns funcionários ainda hoje recordam, com bastante abalo, o episódio marcante.
Dois homens morrem debaixo do comboio no mesmo dia perto de Riachos

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