Aos 14 anos, Bernardo Viana foi distinguido com o Prémio Revelação Amália Rodrigues, categoria Viola de Fado. O jovem de Salvaterra de Magos estuda viola de fado no Conservatório de Música de Santarém (CMS) há cerca de quatro anos. Foi com alegria e surpresa que soube da distinção. “Há muitos jovens bons a tocar viola de fado, por isso nunca esperei vencer”, afirma, timidamente. Bernardo Viana despertou para o fado pela mão do avô, fadista amador, que desde criança ouviu cantar. Foi depois do irmão, Pedro Viana, ter entrado para o CMS, onde aprendeu viola dedilhada, que Bernardo resolveu seguir-lhe as pisadas.“foi quando comecei a ouvir o meu avô a cantar fado e o meu irmão a acompanhá-lo na viola dedilhada que me deslumbrei pela beleza do fado. Nessa altura decidi aprender um instrumento para poder um dia mais tarde tocar com eles. Daí a escolha pela viola de fado. Um dos meus maiores prazeres é tocar ao lado do meu irmão com o meu avô a cantar”, confessa, acrescentando que tanto ele como o irmão utilizam o apelido do avô materno, Viana, como forma de o homenagearem. “Se não fosse o nosso avô talvez não tivéssemos esta ligação com o fado”, sublinha.Bernardo Viana sempre cresceu rodeado de música. Aos três anos já fazia parte, juntamente com os pais e o irmão, do Rancho Folclórico de Salvaterra de Magos. Saiu aos dez anos quando decidiu entrar no Conservatório. Todas as segundas, sextas e sábados desloca-se a Santarém para as aulas. Adega do Machado, Luso, Mesa de Fados e Tasca do Chico são algumas das casas de fado, em Lisboa, onde toca com regularidade.O jovem músico considera que este prémio lhe dá mais responsabilidade para continuar a investir na música e espera também que lhe abra mais portas. Aos 14 anos sonhos não lhe faltam. Um deles é tocar com os nomes maiores do fado. Quando for grande quer ser músico profissional. Sempre a tocar viola de fado. Bernardo Viana acredita que é possível viver só da música em Portugal. “É preciso é ter cabeça para estudar muito, nunca desistir e agarrar todas as oportunidades que apareçam”, afirma com convicção acrescentando que espera continuar a acompanhar o avô, juntamente com o irmão, por muito mais anos.